No fim da sessão, o Ibovespa subiu 1,67%, aos 164.455 pontos, mais um recorde nominal. No acumulado do ano, o índice já avança 36%. Já o dólar, que chegou a operar abaixo dos R$ 5,30 no dia, passou a oscilar perto da estabilidade e terminou o dia em R$ 5,3103.
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Como o PIB veio levemente mais fraco do que a expectativa, cresce a perspectiva de que a inflação potencialmente possa ceder mais. É o que abre espaço para que o Banco Central corte a Selic em breve. E um juro menor significa mais gente procurando ativos de maior risco, em busca de maior retorno.
O economista da Suno, Rafael Perez, enxerga a evidente perda de tração da atividade desde o segundo trimestre, como resultado dos efeitos do nível alto da taxa básica de juros. Ele observa uma desaceleração mais disseminada, principalmente em segmentos com maior peso no PIB, como consumo e serviços.
As expectativas em torno dos cortes da Selic também acompanham o cenário de juros nos EUA. O Federal Reserve (Fed, o BC americano) se reúne na próxima semana, nos mesmos dias que o BC aqui no Brasil, e a visão majoritária do mercado é de que a taxa básica de juros americana será reduzida em 0,25 ponto percentual.
A ferramenta CME FedWatch, que acompanha as apostas de investidores nos rumos da política monetária dos EUA a partir do movimento dos contratos de juros futuros, mostra que 89,2% do mercado enxerga um corte de juros dessa magnitude na semana que vem.
Na quarta-feira (3), o relatório da ADP sobre o mercado de empregos privados nos EUA mostrou um saldo líquido negativo, com fechamento de 32 mil postos de trabalho em novembro. Os dados alimentaram ainda mais o cenário de redução de juros no país – do ponto de vista estritamente de política monetária, um número menor de vagas de trabalho sinaliza menos consumo e, consequemente, menor inflação.
O atual ciclo da política monetária americana tem incentivado os investidores globais a buscar ativos de maior risco no mundo e aumentar a diversificação fora dos EUA, já que, com juros mais baixos na maior economia do mundo, o investidor estrangeiro precisa procurar melhores oportunidades de retorno em outros lugares.
Essa dinâmica não beneficia apenas o Brasil. O índice S&P/BMV IPC da bolsa do México, por exemplo, acumula alta de 28,45% em 2025. Já o Colcap, da Colômbia, registra avanço de 51,02%.