Enquanto você dormia…
- Depois da super quarta, os mercados acordaram com a conta na mesa: às 7h30, os futuros das bolsas de Nova York amanhecem em queda, com o S&P 500 futuro em baixa de –0,7% e o Nasdaq futuro com recuo de –1,0%, devolvendo parte da alta de quarta-feira após o Fed.
- Na Europa, o Stoxx 600 sobe +0,15%, ainda embalado pelo corte de juros do Fed.
- Na Ásia: o índice Nikkei, da bolsa de Tóquio, fechou em queda de -0,90%, com vendas de papéis de tecnologia após o resultado fraco da Oracle. O índice Hang Seng, de Hong Kong, recuou -0,04%.
- O índice dólar DXY tem leve queda após o corte do Fed, de -0,09%, aos 98,59 pontos. O petróleo Brent cai -1,58% para US$ 61,23 o barril. O juro da Treasury de 10 anos tem leve recuo para 4,14% ap ano.
CONTEÚDO DE MARCA: Tudo o que você precisa saber antes de investir em um CDB
Destaques do dia
- Lá fora, o Fed cortou os juros em 0,25 ponto, levando a taxa básica para o intervalo de 3,50% a 3,75% ao ano, em decisão dividida. As projeções do BC americano ainda mostram mais dois cortes em 2026 e 2027. Mas o presidente do Fed, Jerome Powell, indicou que o banco central pode entrar em modo “esperar para ver”, tornando os próximos passos totalmente dependentes dos dados de emprego e inflação.
- Aqui, o Copom manteve a Selic em 15% pela quarta vez seguida em 2025 e voltou a repetir que o cenário de incerteza pede cautela e juros altos por um “período bastante prolongado”. É a maior taxa desde 2006 e o comunicado não trouxe qualquer compromisso com cortes já em janeiro.
- E qual o efeito para os mercados? Para ativos brasileiros, a combinação de Fed ainda cortando, mas mais cauteloso, e BC mantendo a Selic no topo reforça a leitura de juros altos por mais tempo aqui e lá fora. Isso tende a manter a curva longa sensível a cada dado de inflação e atividade, além de deixar o câmbio mais vulnerável ao ruído político-fiscal. Os movimentos de rotação na bolsa entre ações mais defensivas e setores sensíveis a juros, como varejo e construção, tendem a prevalcer.
Giro pelo mundo
- Fed em modo “esperar para ver”: banco central dos EUA cortou 0,25 ponto, levou os Fed Funds a 3,50%–3,75%, viu a decisão dividida dentro do comitê e sinalizou que novos cortes vão depender, sobretudo, dos dados de trabalho nas próximas semanas. O mercado ainda precifica mais afrouxamento em 2026, mas com menos convicção.
- Fluxo em ações asiáticas ainda instável: mesmo com o MSCI Ásia-Pacífico acumulando alta superior a 20% no ano, novembro teve o maior fluxo negativo em quase seis anos, com saídas concentradas em tecnologia; hoje, o índice cai em torno de 0,6%, em linha com a realização pós-Fed.
Giro pelo Brasil
- Selic alta por mais tempo: o Copom manteve a taxa em 15% e reforçou a estratégia de manter os juros em nível restritivo por um “período prolongado”, deixando em aberto tanto cortes futuros quanto a possibilidade de novo aperto, caso o cenário piore.
- Real na contramão do dólar global: enquanto o DXY recua, o dólar à vista no Brasil subiu cerca de 0,7% ontem, para a faixa de R$ 5,47, e o dólar futuro de dezembro rondou R$ 5,50, refletindo, além da sinalização do BC, aumento da percepção de risco político local.
Giro corporativo
- Iguatemi vende quatro shoppings ao fundo XP Malls: o grupo Iguatemi fechou a venda de participações minoritárias em quatro shoppings (Alphaville, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Praia de Belas) para o fundo XP Malls, em operação de R$ 372 milhões; parte é paga à vista e o restante em parcelas corrigidas pelo CDI, com a gestão permanecendo com o Iguatemi.
- Cade aprova fusão Petz–Cobasi com remédios: o órgão antitruste deu aval à fusão, criando a maior rede de petshops do país, mas exigiu a venda de 26 lojas em São Paulo, equivalentes a cerca de 3,3% do faturamento combinado; a Petlove já se movimenta para disputar esses ativos.
Agenda do dia
- 09:00 – Vendas no varejo de outubro — Brasil/IBGE. Termômetro direto do consumo das famílias e do fôlego de varejistas listadas; projeção de queda leve, em torno de –0,1% na comparação mensal.
- 09:00 – Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de novembro — Brasil/IBGE. Atualiza expectativas para a safra e pode mexer com agro, inflação de alimentos e empresas ligadas ao campo.
- 10:30 – Pedidos semanais de auxílio-desemprego — EUA. Dado-chave para o mercado de trabalho americano, especialmente depois do corte do Fed; consenso em torno de 220 mil pedidos.
- 10:30 – Balança comercial de setembro — EUA. Ajuda a medir o ritmo da demanda externa e o impacto do dólar mais fraco sobre exportações e importações.
- 12:00 – Estoques no atacado de setembro — EUA. Dado secundário, mas que alimenta projeções de PIB e pode ajustar expectativas para a atividade no fim do ano.
Ótima quinta-feira e bons negócios!