Segundo a companhia, a decisão foi tomada porque seus papéis estavam sendo negociados abaixo de 1,0x do mNAV (múltiplo do valor patrimonial líquido ajustado) – indicador que compara o preço das ações com o valor dos ativos que a empresa possui.
Na prática, isso significa que as ações estão com um desconto em relação ao valor patrimonial.
No total, a empresa informou que vendeu 12.400 ações ordinárias, ao preço médio de R$ 14,71, e recomprou 99.600, ao preço médio de R$13,12, o que resultou em um saldo líquido de R$ 1,12 milhão.
A companhia explicou que a recompra faz parte de sua política de gestão e que a estratégia aumenta a exposição dos acionistas ao bitcoin.
“Ao recomprar ações negociadas com desconto em relação ao valor patrimonial, a companhia efetivamente adquire bitcoin com desconto, reduzindo o denominador (número de ações em circulação) e, consequentemente, aumentando o número de satoshis por ação”.
As ações da companhia começaram a ser negociadas na B3 no dia 7 de outubro. De lá para cá, os papéis recuaram de R$ 26 para R$ 12,90 – uma queda de 46%. No mesmo período, o bitcoin desvalorizou 13,71%.
Hoje, a OranjeBTC tem 3.708 unidades BTC, sendo a 27ª maior bitcoin treasury company (nome das empresas que têm BTC em caixa) do mundo.
Blackout
A OranjeBTC também informou que entrou em período de blackout – uma restrição temporária que impede a empresa de negociar suas próprias ações ou comprar bitcoin. A parada dura até a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2025, marcada para 14 de novembro, após o fechamento do mercado. Durante esse período, não haverá novos comunicados sobre operações de tesouraria.
Veja as cotações das principais criptomoedas às 7h40:
Bitcoin (BTC): -0,34%, US$ 109.810,30
Ethereum (ETH): – 1,56%, US$ 3.842,77
XRP (XRP): -2,60%, US$ 2,49
BNB (BNB): – 3,02%, US$ 1.089,04
Solana (SOL): -3,05%, US$ 186,36
Outros destaques do mercado cripto
Strategy sente o impacto. Falando em bitcoin treasury companies, a mais famosa delas, a americana Strategy, divulgou ontem seus resultados trimestrais. A empresa reportou um lucro de US$ 2,8 bilhões no terceiro trimestre, um resultado bem abaixo do seu recorde de US$ 10 bilhões no trimestre anterior. Parte da queda pode ser explicada pelo fraco desempenho do bitcoin. Por causa disso, o mNAV da empresa (que explicamos no início do morning call) caiu para 1,2×, o nível mais baixo desde março de 2023. É uma queda grande em relação ao pico de 3,9× atingido em novembro de 2024.
Treasuries para mais de metro. A Tether, emissora da USDT (a maior stablecoin do mercado, pareada ao dólar), divulgou nesta semana que seu lastro em títulos do Tesouro dos EUA (treasuries) atingiu US$ 135 bilhões. Essa reserva – utilizada para garantir a paridade do dólar da USDT – faz com que a empresa tenha mais títulos públicos americanos do que grandes economias, como Alemanha e Coreia do Sul. O Brasil, que detém cerca de US$ 200 bilhões nesses títulos, é o próximo alvo a ser ultrapassado, disse Paolo Ardoino, CEO da empresa.
