O ouro ultrapassou a marca de US$ 4.000 a onça pela primeira vez. Isso porque os investidores estão recorrendo à segurança do ativo em busca de proteção contra as incertezas econômicas e geopolíticas, ao mesmo tempo em que apostam em cortes na taxa de juros dos Estados Unidos.

O ouro à vista subiu 1,3%, indo a US$ 4.034,59 a onça. Os contratos futuros de ouro dos EUA para entrega em dezembro avançaram 1,3%, indo para US$ 4.056,80.

A prata também se beneficiou com a valorização do ouro, subindo 2,2%, a US$ 48,85 a onça, e apenas um pouco distante de seu recorde histórico de US$ 49,51.

Ouro como reserva de valor

Tradicionalmente, o ouro é visto como uma reserva de valor durante períodos de instabilidade.

O ouro à vista acumula alta de cerca de 54% no ano até agora, depois de ganhar 27% em 2024.

É um dos ativos de melhor desempenho em 2025, superando os avanços dos mercados acionários globais e do bitcoin e as perdas do dólar e do petróleo bruto.

A alta era impulsionada por uma série de fatores, incluindo expectativas de cortes nas taxas de juros, incerteza política e econômica, compras de bancos centrais, entradas em ETs em ouro e fraqueza do dólar.

“Os fatores são praticamente os mesmos de antes, em termos de incerteza geopolítica, com o tempero adicional da paralisação do governo (dos EUA)”, disse Rhona O’Connell, analista da StoneX.

“Este último não está impedindo ações fortes, mas, mesmo assim, haverá um grau de mitigação de risco por meio do ouro.”

A paralisação em curso do governo dos EUA, que entrou em seu oitavo dia nesta quarta-feira, atrasou a divulgação de dados econômicos importantes, forçando os investidores a confiar em fontes não governamentais para avaliar o momento e o escopo dos cortes nos juros pelo Fed.

Os mercados estão precificando um corte de 25 pontos-base nos juros na próxima reunião do Fed, com uma redução semelhante prevista para dezembro.

As crises globais, incluindo o conflito no Oriente Médio e a guerra na Ucrânia, também contribuíram para o aumento da demanda por ouro, com a turbulência política na França e no Japão ampliando ainda mais a corrida por ativos seguros.