Se você achou que as afirmações vieram de algum entusiasta das criptos, se enganou. Essa análise foi feita pelos CEOs dos principais bancos privados do país: Milton Maluhy Filho, do Itaú, Roberto Sallouti, do BTG, e Mario Leão, do Santander, durante a 26ª Conferência Anual Santander CIB, nesta quarta-feira (20).
A visão favorável ao mercado cripto dos CEOs tem muito a ver com a demanda dos clientes. O interesse crescente de correntistas e investidores tem feito os executivos trabalharem a todo vapor para atendê-los. Mas ainda falta algo para os bancões entrarem de vez no mundo dos ativos digitais. No caso, um ambiente mais seguro e supervisionado.
O Drex, moeda digital do Banco Central, é visto como um próximo grande passo no rumo da regulação das criptos no país, e que já tem sua causa abraçada por essas instituições bancárias.
A agenda dos bancos no setor cripto vai seguir baseada em stablecoins, criptomoedas e regulação, com atenção ao Drex, além de outras iniciativas apoiadas pelos Bancos.
Leão, do Santander, considera urgente uma atuação mais proativa e coordenada da indústria, junto com entidades como a Febraban e a Confederação Nacional das Instituições Financeiras, para enfrentar fraudes e crimes cibernéticos. “Vemos a inovação como prioridade, mas ela precisa caminhar em paralelo à segurança e à proteção contra riscos operacionais e cibernéticos”, disse, relembrando o caso ocorrido em julho, quando um ataque hacker na casa do bilhão de reais foi registrado em contas reserva de instituições financeiras junto ao Banco Central.
O CEO do Santander afirmou ainda que as criptos serão cada vez mais parte das jornadas e produtos financeiros. Daqui a dez anos, por exemplo, o executivo disse imaginar ver contratos tokenizados embutidos em processos como o financiamento de veículos, a compra e venda de imóveis e outros financiamentos.
Sallouti, do BTG, afirmou nunca ter tido dúvidas em relação à tecnologia do blockchain e à tokenização, mas que tudo dependerá do regulatório, muitas vezes excessivamente rígido, podendo colocar os bancos em desvantagem competitiva, segundo ele.
Para Maluhy Filho, do Itaú, o “futuro” do sistema bancário “já começou”. O CEO do maior banco privado brasileiro ressaltou que tecnologias como a tokenização de ativos, são algo que os bancos acreditam cada vez mais que irão crescer.