Por quê?
Boa parte desses bitcoins está migrando para carteiras frias (os dispositivos parecidos com um pen drive que permitem guardar criptos fora das exchanges). No jargão do mercado, é um sinal clássico de “hodling”: quando o investidor decide guardar seus ativos por mais tempo, longe das prateleiras das corretoras.
E tem outro efeito: quanto menos bitcoin nas exchanges, menor a chance de grandes ondas de venda. Em outras palavras, o “sumiço” dos BTC costuma indicar um mercado mais voltado para acumulação do que para liquidação.
Mas há uma segunda corrente puxando esse movimento. Giannis Andreou, fundador e CEO da mineradora Bitmern Mining, disse nesta semana nas redes sociais que uma fatia relevante desses bitcoins também está indo para ETFs de criptomoedas e para tesourarias corporativas.
Hoje, só os ETFs à vista de bitcoin dos EUA – os maiores do mercado – têm US$ 122,34 bilhões em BTC, o equivalente a 6,63% de todo o valor de mercado do ativo digital, segundo dados da plataforma SoSoValue.
Já as companhias de capital aberto que carregam bitcoin em caixa detêm US$ 153 bilhões em BTC, de acordo com a plataforma CoinGecko, o que representa 8,09% de toda a circulação da criptomoeda – que hoje é negociada na faixa dos US$ 90 mil.
Veja as cotações das principais criptomoedas às 10h:
Bitcoin (BTC): -1,81%, US$ 90.225,90
Ethereum (ETH): -3,50%, US$ 3.204,87
XRP (XRP): -2,45%, US$ 2,01
BNB (BNB): -2,03%, US$ 867,38
Solana (SOL): -4,11%, US$ 131,61
Outros destaques do mercado cripto
Tokenização como prioridade do regulador. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou a agenda regulatória para 2026. Um dos temas de destaque é a atualização da resolução 88. O que é isso? Trata-se da norma originalmente criada para a captação de recursos por startups via crowdfunding, que foi expandida em 2023 e abriu caminho para a tokenização no Brasil. A ideia agora é modernizar esse arcabouço jurídico – e o setor cripto está bastante contente com isso.
Novo round da CPI da cripto “trocada” pelo olho. Lembram da Tools for Humanity, a startup do dono do ChatGPT que escaneou olhos de paulistanos e, em troca, distribuiu a criptomoeda Worldcoin? Em maio, a Câmara Municipal de São Paulo abriu uma CPI para investigar o caso. Nesta semana, rolou mais uma reunião. Um dos convidados foi o influenciador Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca. Ele afirmou não ter qualquer envolvimento com o projeto.
O enigma cripto da empresa de Elon Musk. A SpaceX, fabricante de sistemas aeroespaciais fundada por Elon Musk, movimentou mais 1.021 bitcoins de sua reserva – cerca de US$ 94,5 milhões – para carteiras desconhecidas. Desde julho, a companhia vem fazendo transferências de cripto, e o timing chama atenção: os envios aconteceram às vésperas de a empresa avançar com seu IPO. O mercado continua tentando decifrar o que está por trás desses movimentos.
A vez das stablecoins no Reino Unido. A Financial Conduct Authority (FCA), principal regulador financeiro do Reino Unido, deu mais um passo no mercado cripto. O órgão vai permitir que empresas locais testem stablecoins – criptos atreladas a ativos como o dólar – a partir de 2026. Em conjunto com o Bank of England, a ideia é criar um arcabouço robusto de regras e plataformas para essas criptos, que também viraram “queridinhas” dos brasileiros.