Além disso, o estresse financeiro, frequentemente, leva as pessoas a más decisões de investimento. Conforme o economista comportamental sênior da gestora, Paulo Costa, fazer ajustes de portfólio ou aplicações sob pressão emocional leva a perdas de 2 pontos percentuais a 3 pontos percentuais, em média, no retorno composto das carteiras.
É muito. Veja só, se sua carteira teve um retorno de 10% no ano, por exemplo, poderia ter tido 13%. Traduzindo em números: se seu portfólio rendeu R$ 100 mil, o estresse financeiro “roubou” R$ 30 mil.
“Essa perda vem de tudo o que afasta você da maneira que deveria estar investindo”, resume Costa. Conforme o estudo, esse é o preço de os investidores abandonarem a estratégia de investimentos sob o calor do momento.
O estudo citou o exemplo de investidores que entraram em pânico durante o início da pandemia e tiraram da carteira toda a exposição à renda variável entre 2020 e 2021. Só para se ter uma ideia do quanto esses investidores deixaram na mesa, nesse intervalo, o S&P 500 rendeu 47%.
Por aqui, quem fez esse movimento também deixou para trás um retorno populdo. O Ibovespa rendeu, entre início de 2020 e fim de 2021, 12,7%, enquanto o CDI proporcionou um ganho de 7,5% no período.
Do lado das empresas, o tempo dedicado às preocupações financeiras pessoais no horário de trabalho também significa uma perda significativa. A pesquisa da Vanguard calculou que a perda de produtividade alcança, em média, uma redução de US$ 6 mil dólares por funcionário em um ano. Em reais, são R$ 32 mil.
A Vanguard criou o termo “behavior coaching” ou “treinamento comportamental” para nomear uma estratégia, usada pela casa, para recolocar o investidor de volta aos trilhos. Trata-se de uma abordagem baseada em economia comportamental que olha não apenas o retorno do portfólio, mas a ideia de trazer um maior bem-estar ao investidor, que se traduz em economia de tempo e a redução de preocupações com dinheiro.