A mágica do pagamento de juros vem do fato de que para assegurar a paridade de 1 para 1 (1 token = 1 dólar) o emissor da stablecoin precisa adquirir um lastro que serve como garantia. Essa reserva costuma ser feita com títulos do Tesouro americano, os Treasuries. Como os papéis remuneram o detentor, parte da rentabilidade pode ser revertida aos investidores da stablecoin.
Nos Estados Unidos, a legislação que regulamenta o mercado de stablecoins, o recém-aprovado Genius Act, proíbe emissores de stablecoins de pagar juros diretamente, mas não estende a restrição a corretoras de cripto ou empresas parceiras. Ghose, do Citi, e grupos liderados pelo Bank Policy Institute passaram a ser mais vocais nos alertas sobre a lacuna. As entidades alegam que a brecha ameaça US$ 6,6 trilhões em depósitos do sistema bancário tradicional, o que pode afetar o crédito disponível a empresas e consumidores.
Desempenho das principais criptomoedas
O mercado de criptomoedas amanhece em queda generalizada nesta terça-feira (26). O Bitcoin recua para abaixo de US$ 111 mil. O Ethereum estende nesta terça-feira a onda de vendas vista no pregão anterior.
Às 8h, as principais criptomoedas operavam em queda; veja as cotações:
Bitcoin (BTC): – 0,65%, US$ 110.227,24
Ethereum (ETH): – 2,38%, US$ 4.441,43
XRP (XRP): – 0,79%, US$ 2,90
BNB (BNB): – 1,05%, US$ 843,30
Solana (SOL): – 3,73%, US$ 188,54
Outros destaques do dia:
TRON (TRX): – 1,23%, US$ 0,3463
Principais notícias do mercado cripto
Strategy ignora própria regra e volta a comprar Bitcoins. A Strategy anunciou a compra de US$ 357 milhões (R$ 1,93 bilhão) em Bitcoin, equivalente a 3.081 BTCs. O investimento foi financiado pela emissão de US$ 310 milhões em ações ordinárias, a primeira operação do tipo em quase um mês, segundo comunicado da empresa. Com a aquisição, a companhia passa a deter 632.457 bitcoins, avaliados em mais de US$ 70 bilhões. A nova compra ignorou uma regra estabelecida pela própria Strategy que restringia a emissão de papéis quando as cotações estivessem abaixo de 2,5 vezes o valor de suas reservas em Bitcoin. No segundo trimestre de 2025, a Strategy reportou lucro de US$ 10 bilhões.
Transações com criptomoedas crescem 9 vezes na América Latina em 3 anos. O volume de transações nas principais exchanges da América Latina pulou de US$ 3 bilhões em 2021 para US$ 27 bilhões em 2024, segundo o “Relatório Cripto da América Latina 2025”, da empresa de análise de dados Dune. O crescimento foi liderado por Brasil, México, Argentina e Venezuela. As stablecoins de dólar USDT (Tether) e USDC (Circle) já respondem por quase 90% de todas as operações das exchanges. A Dune concluiu que o movimento cripto na América Latina tem se sustentado mais por fatores estruturais do que por especulação financeira. A maior parte dos latinos veem no mercado cripto uma forma de se proteger de inflação, desvalorização cambial e exclusão financeira.