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BC pode aumentar interferência no câmbio?

Tema tem mexido com as cotações do dólar nos últimos dias.

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As sinalizações do Banco Central de que pode aumentar a interferência no câmbio têm mexido com as cotações do dólar sobre o real nos últimos dias. Esse é o tema do Mais InvestNews desta quarta-feira (18), com Samy Dana e Dony De Nuccio.

O BC faz operações diárias no mercado de câmbio, mas tem dito que pode agir para corrigir disfuncionalidades nos mercados. Na segunda-feira (16), por exemplo, disse em nota que irá realizar as operações para rolagem integral de swaps que vencem em janeiro de 2021, como o esperado, mas adicionou que poderia “recalibrar o montante ofertado, conforme as condições de mercado”.

O mercado entendeu como uma brecha para aumento de interferência, o que aumentaria a oferta de dólares no mercado e seguraria a pressão de alta da moeda.

Outro fator é a expectativa pelo desmonte de posições de “overhedge” dos bancos esperado para o término do ano – uma espécie de “cobertura adicional” ao valor do próprio investimento no exterior, que está sendo alterado em 2020 e 2021.

Na prática, as instituições vão ter que comprar US$ 15 bilhões até o fim do ano para atenderem às novas regras. Nesta quarta, o diretor de política monetária do BC, Bruno Serra, disse que o órgão pode atuar no câmbio pra que isso não gere pressão de alta sobre o dólar.

“O Banco Central nunca negou que esse volume de US$ 15 bilhões aproximadamente para ser executado no último dia do ano é um volume bastante significativo. Pode ser que tenha um risco de o mercado não ter a capacidade, não ter profundidade, para digerir”, afirmou em evento do jornal Valor Econômico.

“Se a gente entender que o mercado não está sendo capaz de digerir esse volume, que isso está afetando o funcionamento do mercado, para preservar isso o Banco Central vai atuar, isso é natural, não é nenhuma surpresa”, disse Serra.

Outros destaques

O dia foi marcado ainda pela divulgação de dados do fluxo cambial pelo BC. O Brasil registrou forte entrada líquida de capital na segunda semana de novembro. O saldo positivo ficou em US$ 3,523 bilhões entre os dias 9 e 13 de novembro, ante saída líquida de US$ 186 milhões na semana anterior.

Com isso, o fluxo cambial parcial de novembro passou a ficar positivo em US$ 3,337 bilhões, sendo déficit de US$ 2,826 bilhões na ponta comercial e superávit de US$ 6,163 bilhões do lado financeiro (empréstimos, remessas de lucros e dividendos e investimentos para portfólio).

Também nesta quarta, a agência de classificação de risco Fitch afirmou o rating do Brasil em BB-, e manteve a perspectiva negativa – ou seja, com previsões para cortes nas próximas avaliações.

O dia foi marcado ainda pela divulgação da prévia de novembro do Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M), que teve uma alta de 3,05%. O indicador acumula alta de 21,70% no ano e de 24,25% em 12 meses.

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