A fabricante de pás eólicas Aeris (AERI3) registrou prejuízo líquido de R$ 25,9 milhões no terceiro trimestre de 2022, revertendo o lucro líquido de R$ 9,3 milhões no mesmo período do ano anterior.
Segundo o diretor de Planejamento e de Relações com Investidores da Aeris, Bruno Lolli, o resultado foi impactado pela maior demora para que as linhas atinjam maturidade tanto por mudanças de projeto geradas pelos clientes, quanto pela maior complexidade dos processos produtivos.
“Nas linhas maduras, mais antigas, foi onde aconteceu a turbulência do período. Um cliente teve que fazer uma mudança de design e de fornecedor, e isso gerou uma variação no processo produtivo, o ciclo ficou mais longo. Então aquelas pás que a gente devia faturar no final do período migraram para o quarto trimestre”, explicou ao Broadcast Energia, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Ele afirmou ainda que espera a recuperação de, ao menos, parte da receita para o próximo trimestre. Lolli afirmou também que a Aeris está renegociando contratos com os clientes em virtude dos impactos das mudanças de fornecedores e produtos, agora mais frequentes, na linha de produção.
“Provavelmente, até o fim do ano, começo do ano que vem, a gente tem novidades nesse equacionamento e consegue ter uma clareza melhor para 2023. Até por isso a gente preferiu não divulgar guidance agora”, explicou sobre a previsão que havia de divulgação dos números para o próximo ano, junto aos resultados do terceiro trimestre.
De julho a setembro, a receita operacional líquida foi de R$ 625,6 milhões, uma redução de 0,6% frente ao resultado observado nos mesmos meses do ano passado. Já o Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda) ajustado teve alta de 3,5%, para R$ 64,79 milhões. A margem Ebitda subiu 0,4 ponto porcentual no período, para 10,4%.
Ao fim do terceiro trimestre, a dívida líquida totalizou R$ 717,2 milhões, uma alta de 33,9% frente à mesma etapa de 2021. Segundo Lolli, o aumento é justificado pelos investimentos feitos nos últimos 12 meses, de mais de R$ 150 milhões. Ele afirma, porém, que o ciclo de investimentos mais relevantes “está encerrado” e que estão “concluindo o processo de amadurecimento destas linhas novas para começarmos a gerar retorno e reduzir a dívida líquida”.
A alavancagem, medida pelo indicador dívida líquida/Ebitda, chegou a 2,8 vezes, abaixo das 3,2 vezes registradas no trimestre anterior, mas acima da registrada de julho a setembro de 2021, de 2,4 vezes.
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