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AES Brasil tem prejuízo no 4º trimestre, com crise hídrica pesando em 2021

Em 2021, a companhia encerrou o ano com lucro líquido de R$ 516,5 milhões, 39,1% menor que a cifra de 2020.

Turbina de geração de energia eólica 26/04/2017 REUTERS/Paulo Whitaker

A geradora de energia renovável AES Brasil (AESB3) divulgou nesta quinta-feira (3) que registrou um prejuízo líquido de R$ 34,8 milhões no quarto trimestre de 2021, contra um resultado positivo de R$ 602 milhões registrado em igual período do ano anterior.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 205,8 milhões no trimestre, uma queda de 82,4% no comparativo anual.

A retração dos indicadores reflete principalmente efeitos não recorrentes, como a contabilização no fim de 2020 da repactuação do risco hidrológico (GSF, na sigla em inglês), que impactou positivamente os números da empresa na ocasião.

A geradora foi prejudicada ainda pela situação hidrológica adversa do ano passado, que afetou seu portfólio de ativos hídricos.

“O GSF ‘pegou’ o ano como um todo, tem certo efeito no resultado trimestral… com a gestão ativa do nosso portfólio e compras de energia, conseguimos reduzir dentro do contexto anual os impactos da crise hídrica”, disse à Reuters o diretor financeiro da AES Brasil, Alessandro Gregori.

Em 2021, a companhia encerrou o ano com lucro líquido de R$ 516,5 milhões, 39,1% menor que a cifra de 2020. Já o Ebitda somou R$ 903,9 milhões, queda de 56,3%.

A receita operacional líquida da AES, por sua vez, aumentou 37,5% no quarto trimestre, para R$ 731,9 milhões, e teve crescimento de 24,9% no ano, para R$ 2,5 bilhões.

Ano positivo

Para 2022, a AES Brasil enxerga um cenário de maior normalidade dos negócios, após os desafios com a crise hídrica de 2021, e deve seguir apostando na expansão de seu portfólio de energias renováveis e em produtos para atender ao crescente mercado livre.

“Hoje já estamos menos expostos a variações de hidrologia. E até 2024, com 4,7 GW de potência instalada, considerando os contratos que entram até lá, já vamos ter mais da metade do Ebitda vindo das fontes eólica e solar”, disse Gregori.

Segundo ele, a geradora continua buscando contratos com consumidores no mercado livre para expandir seus parques em construção, além de explorar as novas oportunidades da comercialização varejista, segmento do qual já detém um market share de 10%, afirmou.

Em paralelo, a companhia avalia ainda o potencial de novos mercados do setor elétrico, como baterias para armazenamento de energia, eólicas offshore e produção de hidrogênio verde.

Investimentos

A geradora também atualizou sua projeções de investimentos (Capex) nos próximos anos. Para o período 2022-2026, o plano contempla cerca de R$ 3,8 bilhões, considerando a construção dos complexos eólicos Tucano (BA) e Cajuína (RN), além da modernização e manutenção de ativos em operação.

A maioria dos aportes – R$ 2,7 bilhões – está concentrada neste ano, quando a companhia deve finalizar as primeiras fases do parque eólico baiano, com 322,4 MW, e avançar com a construção de Cajuína, com 381,9 MW já contratados e que começa a entrar em operação em 2023.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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