A Airbus continua à frente da Boeing em termos de entregas e de pedidos já feitos, disse Faury à France Inter.
Impulsionada pela forte demanda pelo jato 787 para voos de longa distância, a Boeing anunciou na quarta-feira 908 pedidos líquidos de cancelamentos entre janeiro e novembro, em comparação com 700 da Airbus.
“O fato de estarmos à frente em termos de encomendas há cinco anos significa que nossa carteira de pedidos é muito maior do que a de nosso principal concorrente”, disse Faury à estação de rádio francesa.
“Mas é verdade que eles foram ajudados pelo presidente norte-americano como parte das negociações tarifárias com vários países, onde os pedidos de aviões se tornaram parte da resolução de disputas comerciais.”
Guerra comercial dos EUA
Analistas dizem que várias companhias aéreas fizeram pedidos à Boeing ou programaram anúncios de compras de aviões previamente planejados para acalmar a tensão comercial criada pelos Estados Unidos este ano, especialmente na Ásia.
Autoridades do setor nos EUA afirmam que o 787 para voos de longa distância está vendendo bem, independentemente das questões comerciais. A Airbus é líder em jatos menores, como o A321.
Os pedidos da Airbus estão atrasados há meses, mas os comentários de Faury confirmam uma provável mudança na recomendação de novos negócios, enquanto a Airbus deve manter o título de maior fabricante do mundo por causa das entregas maiores.
Questionado sobre relatos de um grande pedido pendente da China, Faury disse que não espera uma nova encomenda de centenas de jatos, mas falou de liberação de pedidos anteriores.
Na quarta-feira, a Airbus disse que havia conseguido um acordo com a China para prosseguir com a entrega de 120 jatos encomendados anteriormente.
Fontes do setor disseram que a Airbus estava apostando em um pedido de até 500 jatos da China para cumprir suas metas internas de encomendas. Pequim está em negociações com a Boeing para um pacote semelhante.
Faury disse ainda que o recall envolvendo 6.000 jatos da família A320 foi concluído após a descoberta de problemas no software dos aviões. O número final de jatos que precisaram de atenção ficou próximo de 4.000 e todos já foram consertados, disse ele à France Inter.