A italiana Almaviva fechou a compra da Tivit, uma das maiores empresas brasileiras de tecnologia, em uma transação com os fundos da gestora britânica Apax Partners, que sai do negócio. A transação, anunciada nesta quarta-feira (12), marca a criação de um grupo com receita anual combinada superior a R$ 12 bilhões, reforçando a presença da Almaviva na América Latina.
A operação ainda precisa do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e de outras condições usuais para esse tipo de transação. Os valores da venda não foram divulgados.
Fundada em 1998, a Tivit nasceu no setor de data centers e se reinventou ao longo dos anos como fornecedora de soluções em nuvem, cibersegurança, automação e SAP. Em 2009, a empresa abriu capital na B3, levantando R$ 660 milhões, mas foi adquirida no ano seguinte pela Apax por R$ 873,8 milhões, saindo da Bolsa. No total, a gestora britânica desembolsou cerca de US$ 1 bilhão ao longo do ciclo de investimento.
Durante os 15 anos sob o controle da Apax, a Tivit passou por reestruturações e aquisições estratégicas, como a chilena Synapsis e a XMS, além de promover a cisão de unidades como a Neobpo e, mais recentemente, da Takoda, seu braço de data centers — movimento que teria sido decisivo para destravar a venda ao separar ativos com perfis muito distintos.
A Tivit faturou em torno de R$ 2 bilhões em 2024 e opera em dez países da América Latina. Já a Almaviva, que tem presença em setores como saúde, logística, defesa, energia e serviços públicos, busca com a aquisição reforçar seu portfólio digital e ampliar a escala internacional.
“A Tivit tem um histórico sólido e está presente nas maiores empresas do país. Ao integrá-la ao nosso ecossistema, damos um salto importante na consolidação da Almaviva como uma das líderes globais em transformação digital”, afirmou Marco Tripi, CEO da empresa italiana, em nota. Paulo Freitas, CEO da Tivit, celebrou o início de um “novo capítulo” para a companhia, com perspectivas de maior escala, acesso a novos mercados e reforço em inovação.
