A Arauco, fabricante chilena de celulose e painéis de madeira, aprovou a construção de sua primeira fábrica de celulose branqueada no Brasil, o chamado “Projeto Sucuriú”, no Mato Grosso do Sul, anunciou a controladora Copec na terça-feira.
A fábrica terá um investimento de US$ 4,6 bilhões (R$ 25 bilhões), o maior da história da companhia chilena, e uma capacidade de produção anual de cerca de 3,5 milhões de toneladas de celulose, acrescentou a Copec. A unidade terá a finlandesa Valmet como fornecedora de equipamentos.
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O conglomerado chileno estima que a fábrica iniciará operações no último trimestre de 2027, mas ressaltou que a data “pode estar sujeita a mudanças e eventuais adiamentos que possam ser necessários durante o desenvolvimento” do projeto, que já está em fase de terraplanagem.
Ao ser concluída, a fábrica deve superar a mais nova unidade de produção da Suzano, que entrou em operação no final de julho deste ano em Ribas do Rio Pardo, também no Mato Grosso do Sul, com uma linha única de produção com capacidade para 2,55 milhões de toneladas.
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A Arauco financiará a fábrica de celulose emitindo dívida, realizando um aumento de capital de até US$ 1,2 bilhão (R4 6,5 bilhões) e usando recursos próprios, afirmou a companhia.
A unidade da Arauco será instalada a 50 quilômetros da cidade de Inocência, na margem esquerda do Rio Sucuriú, região onde a Arauco afirma operar desde 2009 com manejo florestal e comercialização de madeira. Inocência está localizada a cerca de 250 quilômetros de Ribas do Rio Pardo.
A fábrica da Arauco vai gerar mais de 400 megawatts (MW) de eletricidade, dos quais cerca de 200 MW serão destinados para o consumo interno da unidade industrial, afirmou a Arauco. A energia excedente – suficiente para abastecer uma cidade de mais de 800 mil habitantes – será disponibilizada ao sistema nacional.
Segundo a Arauco, o governo do Mato Grosso do Sul possui uma política industrial e florestal “bem estruturada para o setor” e o Estado tem um clima “muito favorável” à plantação de eucalipto. A árvore demora cerca de sete anos para crescer e atingir o ponto ideal de corte no Estado. “É metade do tempo que essa árvore demora para crescer no Chile (12 anos)”, afirmou a companhia.
(Por Fabian Cambero e Alberto Alerigi Jr.)
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