Os EUA dobraram as tarifas de importação de aço para 50% no início de junho, após o presidente cumprir a promessa de ajudar os fabricantes nacionais. Ao mesmo tempo, o governo Trump vem negociando acordos com alguns parceiros comerciais que poderiam compensar parcialmente essas tarifas.
A diretoria da ArcelorMittal reduziu sua previsão para o consumo aparente de aço fora da China — um importante termômetro da economia mundial — para um crescimento de 1,5% a 2,5%, em comparação com a projeção anterior de 2,5% a 3,5%.
A segunda maior siderúrgica do mundo espera que o consumo de aço plano nos EUA diminua ligeiramente este ano, à medida que as tarifas aumentam os custos.
“Devido aos atuais obstáculos tarifários, a atividade econômica permanece contida; não houve reabastecimento, já que os clientes mantêm uma postura de ‘esperar para ver’”, afirmou a ArcelorMittal em um comunicado nesta quinta-feira (31). “Isso criou alguns obstáculos à demanda que não eram previstos no início do ano.”
Aquisição da ArcelorMittal
A ArcelorMittal concluiu a aquisição dos 50% restantes da siderúrgica AM/NS Calvert, no Alabama, em junho, expandindo seu acesso ao agora fortemente protegido mercado americano.
As ações da empresa caíram até 4,6%, com os ganhos deste ano em 21%.
Ainda não está claro se o crescente protecionismo beneficiará ou prejudicará os negócios da ArcelorMittal, que abrange mercados do Brasil e América do Norte à Índia e Europa.
As siderúrgicas têm enfrentado dificuldades nos últimos anos para lidar com uma onda de importações baratas do setor siderúrgico chinês, que movimenta 1 bilhão de toneladas por ano, o que tem pressionado os preços globalmente.
A empresa deve se beneficiar das medidas da Índia e da Europa para proteger os produtores locais. A União Europeia afirmou que intensificará a proteção do setor, incluindo a limitação da quantidade de aço que pode ser importada para o bloco sem tarifas.
“Apoiamos ações que possam impedir a enxurrada de importações vindas direta ou indiretamente da China”, disse Genuino Christino, diretor financeiro da ArcelorMittal, em entrevista. Aumentar as tarifas de importação é “bom para o setor e está em linha com o que fazemos, pois produzimos localmente para atender à demanda local”, afirmou.
A ArcelorMittal registrou um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização de US$ 1,86 bilhão no segundo trimestre, em linha com as estimativas dos analistas.