As empresas de processamento de soja na Argentina costumam complementar a oferta local comprando de países vizinhos, principalmente Paraguai e Brasil. As importações estão particularmente altas nesta temporada, segundo a Bolsa de Comércio de Rosario.
Baixos níveis de água no Rio Paraguai estão agora limitando o volume de embarques em barcaças para a Argentina. Esse cenário pode ter motivado a venda de soja dos EUA para a Argentina. As entregas de soja local argentina também tendem a desacelerar nesta época do ano, após a colheita, que termina em junho.
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De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a nação sul-americana comprou 88.400 toneladas de soja para serem enviadas durante a temporada atual. A aquisição ocorre justamente quando a colheita recorde nos EUA está começando.
“Fiquei extremamente surpreso”, disse John Baize, analista independente e consultor do Conselho de Exportação de Soja dos EUA.
As remessas dos EUA a partir de Nova Orleans, em outubro, custaram cerca de US$ 395 por tonelada, aproximadamente US$ 16 por tonelada mais baratas do que a soja argentina, segundo dados da Commodity3.
Indústrias processadoras de soja na Argentina, como as da Viterra, da Glencore, Cargill e Louis Dreyfus, frequentemente operam com capacidade ociosa elevada. Isso porque as expansões industriais das últimas duas décadas superaram o crescimento da produção agrícola, com os produtores enfrentando altos impostos e distorções cambiais.
O USDA não respondeu a perguntas sobre a venda.
— Com Gerson Freitas Jr.