O CEO do Banco Master, Augusto Lima, fechou acordo para assumir o Banco Voiter, apurou o InvestNews. O ativo, que hoje faz parte do Master, ficou fora do perímetro da venda ao BRB

O negócio — já submetido ao Cade e Banco Central — prevê que Augusto compre 100% do veículo controlador do Voiter. Se aprovado pelas autoridades, marcará a estreia de Lima como dono de banco.

O Voiter é um banco de nicho, com foco em crédito corporativo e agronegócio, atuando também em comercialização de energia e assessoria financeira. 

Procurado pelo InvestNews, o Banco Master não comentou.

Redesenho do Master

A operação nasce do redesenho societário em torno da venda do Master ao BRB — acordo anunciado no fim de março por aproximadamente R$ 2 bilhões para aquisição de 49% das ações com direito a voto e 100% das preferenciais (58% do capital total).

O BRB deixou claro que levará apenas ativos estratégicos; o restante vem sendo segregado ou vendido. O contrato exige aporte de R$ 2 bilhões pelos atuais acionistas do Master.

Augusto Lima e Daniel Vorcaro, do Banco Master
Augusto Lima e Daniel Vorcaro, do Banco Master (Divulgação)

Como parte dessa reorganização, Daniel Vorcaro acelerou venda de negócios que estão fora do pacote do BRB: em maio, o BTG Pactual comprou um bloco de ativos por cerca de R$ 1,5 bilhão — incluindo o prédio do Hotel Fasano Itaim e participações na Light, Metalfrio, Veste e Méliuz. O banco informou que os recursos iriam diretamente para a capitalização do Master.

BC analisa

Do lado regulatório, o Banco Central já aprovou dois aumentos de capital de R$ 1 bilhão cada no Master — um em junho e outro no começo deste mês, como parte das exigências para o negócio com o BRB.

A própria estrutura com o BRB vem sendo ajustada: o perímetro do que o banco estatal efetivamente comprará encolheu significativamente. A exclusão de ativos fora do escopo subiu de R$ 23 bilhões (valor inicial) para R$ 33 bilhões e, segundo o Valor Econômico, deve chegar a R$ 48 bilhões, deixando um “núcleo” de aproximadamente R$ 25 bilhões para o BRB.

O Banco Central ainda analisa o caso e não deu uma palavra final sobre a transação.