A companhia aérea irá redirecionar seus planos de crescimento para o mercado doméstico, embora pretenda aumentar os voos para os EUA para atender à forte demanda pelos jogos da Copa do Mundo de futebol no próximo verão, afirmou o presidente da companhia, John Rodgerson, em entrevista. A Azul ainda aceitará entregas de novas aeronaves da Airbus e Embraer.
“O fluxo de caixa da empresa melhorou significativamente”, disse Rodgerson. “Geraremos caixa em 2026. Geraremos caixa em 2027. Esse é o plano.”
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A Azul ganhou uma autorização judicial nos EUA na sexta-feira para sair do Chapter 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos com um acordo que reduz em mais de US$ 2,6 bilhões as dívidas e obrigações de leasing de aeronaves. O acordo também prevê a captação de até US$ 950 milhões em novos investimentos de capital, incluindo da United e da American.
A redução da dívida vai economizar para a Azul US$ 200 milhões por ano em pagamentos de juros, disse Rodgerson.
Fundada em 2008 com alguns jatos Embraer, a Azul contraiu dívidas enormes para adicionar novas aeronaves e crescer rapidamente. Após enfrentar dificuldades com as pressões cambiais e os efeitos persistentes da pandemia, a Azul seguiu seus maiores concorrentes na região e entrou com pedido de Chapter 11 em maio.
“Essa companhia aérea vai se fortalecer muito mais na fase final”, disse Rodgerson, de 49 anos. “É um plano de crescimento muito mais moderado.”
A United e a American investiram US$ 100 milhões cada na Azul, o que lhes permitirá deter separadamente 8,5% do novo capital da Azul quando esta sair do Chapter 11, de acordo com a Bloomberg Intelligence. A Azul planeja oferecer voos em codeshare com as companhias aéreas americanas, dando-lhes acesso a mais de 100 destinos brasileiros, disse Rodgerson.
A Azul não espera que o recente aumento nas ações de fiscalização da imigração nos EUA diminua a demanda, e Rodgerson afirma que os brasileiros adoram viajar para o país.