O novo acordo foi assinado em 26 de novembro e homologado no processo de Chapter 11 — equivalente à recuperação judicial no Brasil — da companhia aérea nos Estados Unidos, em decisão da Corte de Falências do Distrito Sul de Nova York publicada em 22 de dezembro.
A renegociação encerra um ciclo iniciado em 2014, quando a Azul se tornou a primeira cliente global do E195-E2 e operadora-lançadora do modelo.
Primeiro cliente
Naquele ano, durante o salão aeronáutico de Farnborough, no Reino Unido — um dos principais eventos globais da indústria aeronáutica —, a companhia assinou uma carta de intenções para 30 pedidos firmes, com direitos de compra para outros 20 jatos.
À época, a Embraer estimou que o contrato poderia alcançar US$ 3,1 bilhões a preços de lista, caso todas as opções fossem convertidas. O pedido adicional foi anunciado em dezembro 2018, novamente em Farnborough, quando Embraer e Azul divulgaram uma nova carta de intenções para 21 aeronaves adicionais.

O preço de lista é uma referência utilizada pela indústria para padronizar o valor dos contratos, mas não reflete necessariamente o preço efetivamente pago pelas companhias aéreas, que costuma incluir descontos relevantes, além de condições comerciais específicas como financiamento, cronograma de entregas e pacotes de manutenção.
Com isso, o total encomendado pela Azul chegaria a 51 jatos E2. O contrato foi formalizado em dezembro de 2018 e incluído no backlog da Embraer no quarto trimestre daquele ano.
Jato da Embraer
O E195-E2 é a segunda geração da família de jatos E-Jets, desenvolvida para voos regionais e domésticos de curta e média distância, com capacidade de até cerca de 130 passageiros.
Diferentemente dos modelos mais populares da Boeing e da Airbus, como o 737 e o A320, utilizados em rotas mais longas e de maior densidade, o E2 é voltado à ligação entre cidades médias, onde aeronaves maiores tendem a ser menos eficientes do ponto de vista operacional.