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Azul faz acordo de R$ 3 bilhões com mais de 90% de credores

Dívida será trocada por emissão única de até 100 milhões de novas ações preferenciais

Avião Embraer ERJ-190, da Azul Linhas Aéreas, manobrando na pista do Aeroporto de Curitiba (PR).
Avião Embraer ERJ-190, da Azul Linhas Aéreas, manobrando na pista do Aeroporto de Curitiba (PR). Foto: Adobe Stock Photo

A companhia aérea Azul anunciou na noite de segunda-feira que atingiu acordo com arrendadores de aeronaves e fabricantes de equipamentos que envolve troca de cerca de R$ 3 bilhões em obrigações de dívida por emissão de novas ações da empresa.

O acordo envolveu 92% “das obrigações de emissão de ações existentes” para troca pelas dívidas, afirmou a Azul em fato relevante, que serão trocadas pela emissão única de até 100 milhões de novas ações preferenciais da companhia.

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“Esses acordos representam uma parte significativa de um plano abrangente projetado para fortalecer a geração de caixa da Azul e melhorar sua estrutura de capital no futuro”, afirmou a empresa no fato relevante.

A companhia aérea afirmou ainda que continua em negociações com os detentores dos 8% restantes das obrigações de emissão de ações.

O acordo original de emissão de ações para arrendadores e fabricantes de equipamentos foi firmado no quarto trimestre de 2023. O novo acerto com os credores, se concluído, vai substituir o anterior que previa que os R$ 3 bilhões seriam pagos trimestralmente por meio da emissão de ações ao preço de R$ 36 por papel a partir do terceiro trimestre deste ano até o final de 2027. Na época desse acordo, a ação da Azul valia cerca de R$ 15.

Diluição de acionistas

A companhia aérea afirmou ainda que continua em negociações com os detentores dos 8% restantes das obrigações de emissão de ações.

Analistas do JPMorgan afirmaram que a emissão das 100 milhões de ações representa uma diluição de cerca de 23% aos acionistas da empresa, com base na cotação de segunda-feira.

“O anúncio veio quase em linha com as expectativas sobre uma potencial diluição de 20% a 25%”, afirmou Guilherme Mendes, analista do JPMorgan em relatório. “Damos boas vindas ao anúncio, pois ele remove as pressões de curto prazo sobre um potencial pedido de recuperação judicial da empresa”, acrescentou Mendes, citando que o JPMorgan segue com recomendação “neutra” para a ação da Azul.

Sem necessidade de recuperação judicial

A reestruturação da dívida evita a necessidade de um eventual pedido de recuperação judicial. Os rumores do mercado nas últimas semanas colocavam como opções para a companhia, além de acionar o chamado “Chapter 11”, a lei de recuperação judicial e falências dos EUA, a possibilidade agora confirmada de troca de dívida por ações.

Azul estaria trabalhando com o Citigroup ainda como consultor em um possível acordo de fusão com a Gol. A Azul estaria perseguindo essa potencial fusão como uma opção estratégica separada da atual crise de dívida.

(Por Alberto Alerigi Jr.)

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