A Azul (AZUL4) informou na terça-feira (28) que está mantendo conversas independentes com a Abra, holding controladora da Gol, para “explorar eventuais oportunidades”, embora não haja ainda nenhum negócio firmado entre as empresas, além de um recente acordo de codeshare.
Mais cedo, a Gol anunciou que o Grupo Abra, maior credor garantido da companhia aérea e detentor de mais de 50% do capital social da empresa, informou à companhia que havia iniciado discussões com a Azul para “explorar oportunidades”.
A Gol, que está em recuperação judicial nos Estados Unidos, acrescentou em seus esclarecimentos que um “eventual acordo” do Grupo Abra com a Azul não seria vinculante para a companhia.
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No comunicado da Azul, a empresa ressalta que até o momento não celebrou ou formalizou acordo, vinculante ou não, acerca de qualquer parceria ou combinação de negócios junto à Gol ou seus acionistas controladores, com exceção do codeshare anunciado na semana passada.
A Gol e a Azul são, respectivamente, a segunda e a terceira maiores companhias aéreas do Brasil em receita por passageiro por quilômetro, uma medida de tráfego. Cada uma tem cerca de 30% de participação no mercado doméstico, atrás dos 40% da Latam, segundo dados da Anac.
O acordo de cooperação comercial entre Azul e Gol por meio de um codeshare engloba mais de 150 destinos e cria mais de 2.700 oportunidades de viagens com apenas uma conexão, movimento bem recebido por analistas e que levou as ações das duas empresas a dispararem no dia seguinte ao anúncio.
A Gol reforçou na véspera que pretende conduzir junto a assessores um processo competitivo por meio do qual “avaliarão propostas de financiamento de saída e quaisquer transações alternativas viáveis e competitivas”.
Isso incluiria oportunidades apresentadas por potenciais fontes de capital próprio e de dívida, segundo a empresa.
“No entanto, a companhia esclarece que o processo competitivo acima mencionado ainda não foi iniciado; e nenhuma negociação com a intenção de concluir uma transação foi iniciada pela companhia, com qualquer terceiro”, acrescentou.
A Gol relevou na segunda-feira seu plano financeiro de cinco anos para sair da recuperação judicial e melhorar seus resultados, com previsão de aumento de capital de US$ 1,5 bilhão e refinanciamentos de US$ 2 bilhões em dívida.
(Reportagem de Patricia Vilas Boas, em São Paulo)
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