Normalmente, a propriedade do time de futebol Bayer 04 Leverkusen pela Bayer não influencia muito em seus resultados financeiros. Mas esse foi um ponto positivo nos resultados do segundo trimestre, publicados nesta quarta-feira (6), em meio aos desafios que o conglomerado alemão enfrenta com seus negócios tradicionais.
“O desempenho financeiro do programa de futebol é contabilizado na parcela de ‘reconciliação’ do balanço patrimonial da Bayer”, informou o diretor financeiro Wolfgang Nickl em uma teleconferência com repórteres.
A transferência de Wirtz ajudou a compensar as despesas mais altas que a empresa enfrentou com programas de incentivo e oscilações cambiais.
“Se tivermos essas transferências, precisamos comparar o valor contábil com os preços que obtivermos, e isso pode levar a um resultado extraordinário para vários jogadores”, disse Nickl.
Futebol e balanço da Bayer
O programa de futebol conquistou muito orgulho corporativo no ano passado, quando se tornou o primeiro time a terminar invicto na Bundesliga, a principal liga alemã. Wirtz, um meia-atacante, foi eleito o melhor jogador do ano naquela temporada.
Em junho, Wirtz, de 22 anos, deixou o Bayer Leverkusen para ir para o Liverpool, onde começará a ajudar o clube a defender o título da Premier League neste mês.
A Bayer apresentou resultados mistos, citando a forte demanda por novos medicamentos para câncer e rins e as vendas lentas do herbicida Roundup.
A empresa enfrenta grandes desafios em todas as suas três divisões de negócios.
A unidade farmacêutica está enfrentando perdas de patentes para dois de seus medicamentos de sucesso.
A divisão de ciências agrícolas está atolada em litígios em massa nos EUA sobre o Roundup e PCBs tóxicos.
Enquanto isso, o crescimento está desacelerando no setor de saúde do consumidor, que em breve poderá ser ainda mais prejudicado pelos efeitos das tarifas que elevam os custos nos EUA.
Esses problemas, no entanto, costumam estar bem distantes dos altos e baixos do programa de futebol. No passado, os líderes da Bayer afirmaram que não tinham intenção de vender o time esportivo na tentativa de reforçar o caixa para o negócio principal.
Nickl observou que Wirtz não é o único jogador que influenciou esse efeito. O Liverpool também pagou pelo zagueiro estrela do Bayer Leverkusen, Jeremie Frimpong, por exemplo.
Também não é a primeira vez que o Bayer vê um aumento nos lucros com a perda de um grande talento do futebol. Em 2020, o Chelsea contratou o ex-astro do Bayer Leverkusen, Kai Havertz.
