Aos 56 anos, ele sucederá Oliver Zipse, 61 anos, quando o atual presidente deixar o cargo em maio, informou a empresa nesta terça-feira (9). Nedeljkovic supervisionou a rede de manufatura da BMW durante a transição para modelos elétricos, incluindo como chefe da fábrica do i3, carro urbano lançado em 2013, reestruturando plantas para que pudessem produzir múltiplos tipos de motorização na mesma linha.
As ações da BMW em Frankfurt reduziram ganhos anteriores e operavam ligeiramente em baixa. O papel subiu 23% desde o início do ano, tornando a BMW a fabricante de automóveis com melhor desempenho no Stoxx 600 Automobiles & Parts Index.
A nomeação faz parte de uma mudança mais ampla de liderança na indústria automobilística europeia, com concorrentes como Stellantis, Renault, Volvo Car e Porsche nomeando novos CEOs nos últimos meses. Enquanto alguns rivais trocaram executivos para enfrentar quedas de vendas e ajustar lançamentos excessivamente ambiciosos de EVs, a BMW contrariou críticos e manteve uma abordagem flexível na produção de veículos a combustão e elétricos.
Modelos atraentes também ajudaram a fabricante a assumir a liderança sobre a Mercedes-Benz Group AG em vendas de veículos elétricos e a lidar com uma demanda mais lenta do que o esperado por carros elétricos. Mesmo assim, a empresa enfrenta ventos contrários significativos, desde a erosão de participação de mercado na China até os impactos das novas tarifas do presidente americano Donald Trump, que ameaçam uma rede de produção construída com mínima fricção comercial.
A promoção de Nedeljkovic — nascido na antiga Iugoslávia e que trabalhou de perto com Zipse — sinaliza uma sucessão suave e ordenada na BMW. Central em seu mandato, que se estenderá até 2031, estará o lançamento da linha de veículos Neue Klasse, o maior investimento da BMW em sua história. As encomendas do primeiro modelo, o elétrico iX3, têm superado as expectativas.
A arquitetura da Neue Klasse sustenta a próxima geração de modelos elétricos da empresa e tem como objetivo ajudar a BMW a enfrentar a concorrência crescente de fabricantes chineses como BYD Co. e Xiaomi Corp., além da pressão renovada da Mercedes.
Nedeljkovic estudou engenharia mecânica na prestigiada RWTH Aachen, na Alemanha, e no MIT, nos EUA, antes de obter doutorado em engenharia na Universidade Técnica de Munique.
Ascendendo gradualmente nas fileiras de manufatura da BMW, assumiu funções em planejamento de carrocerias, operações de prensagem e, posteriormente, gestão de pintura e montagem em locais-chave como Oxford, Regensburg e Leipzig. Sua reputação como especialista em produção cresceu à medida que gerenciava fábricas cada vez mais complexas, culminando na nomeação como chefe da fábrica principal da BMW em Munique — sede histórica da empresa — onde supervisionou uma das operações de produção de motorização mista mais complexas da indústria.
“Milan Nedeljković possui profundo conhecimento em tecnologia, incluindo o uso de robôs humanoides, e, portanto, em nossa visão, está idealmente qualificado para conduzir a BMW na próxima década”, disse Stephen Reitman, analista da Bernstein, em nota.