O único aeroporto privado do Brasil planeja dobrar o número de hangares à medida que aumenta a demanda por viagens em jatos executivos.
O Catarina Aeroporto Executivo Internacional, inaugurado em 2019, fica a 14 minutos de helicóptero — ou 35 de carro — de São Paulo e atualmente possui 12 hangares, com planos de expansão para 25, disse o diretor administrativo Ronie Guimarães em entrevista.
De propriedade da incorporadora de luxo e operadora de shoppings JHSF (JHSF3), o Catarina atende voos domésticos e internacionais com uma pista longa o suficiente para as maiores aeronaves privadas. É utilizado como base por quase 100 aviões.
O Brasil tem a segunda maior frota de jatos executivos, perdendo apenas para os EUA, e São Paulo está entre as principais cidades do mundo em tráfego de helicópteros, segundo a JHSF. Construído para rivalizar com outros terminais privados em todo o mundo, como Farnborough, em Londres, Le Bourget, em Paris, e o aeroporto de Teterboro, perto da cidade de Nova York, o Catarina tem tido um crescimento sustentado após um salto inicial impulsionado pela pandemia.
“Fez um boom em 2020,” disse Guimarães. “Todo mundo que tinha já o seu jato começou a usar mais, e quem não tinha e tinha condições financeiras começou a fretar ou comprar aeronave. E ali deu falta de aeronave.”
O aeroporto fatura com aluguel de hangares, venda de combustível e estadias de curta duração. Alguns clientes pagam um ágio de até 40% para ter seu próprio hangar, que muitas vezes é distribuído entre uma família ou entre amigos. Guimarães não quis comentar sobre tarifas específicas, mas disse que elas estão subindo acima da inflação.
O aeroporto opera 24 horas por dia e recebe grandes jatos executivos que podem custar de US$ 60 milhões a US$ 100 milhões, incluindo Embraer Lineage 1000E, Gulfstream G650, Bombardier Global 7500 e Dassault Falcon 8X. Cerca de 90% do tráfego é nacional e 10% internacional.
Atualmente, existem 1.200 voos por mês no Catarina, com espaço para crescer para até 10.000, disse Guimarães. Uma nova pista mais curta, para taxiar, foi construída para ajudar a controlar o tráfego.
Existem listas de espera no Brasil para muitas aeronaves, incluindo aquelas capazes de pousar em pistas de terra, que são populares entre os grandes proprietários de fazendas, disse ele.
A JHSF tem acordos com fabricantes para fornecer manutenção em aviões dentro dos hangares, o que dá aos proprietários outro motivo para usar o Catarina em vez de opções como o aeroporto internacional de Guarulhos, disse ele.
“Os heavy jets, que fazem voos internacionais — vou chegar, em São Paulo, em 80% de market share,” disse Guimarães. “Quem tem essa aeronave, cada 15 dias está indo para Suíça, Estados Unidos, Paris, Londres, seja business ou pessoal. O heavy jet é um foco nosso.”
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