A Braskem anunciou nesta sexta-feira (26) que contratou assessores financeiros e jurídicos para avaliar opções para sua estrutura de capital. O momento de ciclo de baixa no mercado global petroquímico ainda deve durar por vários anos, segundo avaliações da própria companhia.

“A Braskem contratou assessores financeiros e jurídicos para auxiliar a companhia na elaboração de um diagnóstico de alternativas econômico-financeiras para otimizar a sua estrutura de capital”, informu a empresa sem dar qualquer detalhe.

A petroquímica informou ainda que segue focada na implementação de iniciativas para mitigar os impactos do ciclo prolongado de baixa da indústria e para fortalecer a competitividade do setor no país.

A Petrobras afirmou no início do mês que monitora as discussões sobre a venda de controle da empresa entre a gestora IG4 Capital e o empresário Nelson Tanure.

As ações da Braskem acumulam queda de 29% neste ano, contra alta de 21% do Ibovespa no período.

Reestruturação da Braskem

Na semana passada, a agência de classificação de risco S&P reduziu a recomendação de crédito da petroquímica de “BB-” para “B+”, e definiu a perspectiva em negativa.

A parceria da petroquímica no México, Braskem Idesa, já havia contratado a Lazard e outros dois escritórios de assessoria para auxiliá-la na avaliação de alternativas financeiras.

A Braskem encerrou o primeiro semestre com uma alavancagem financeira de 10,59 vezes quando medida em dólares, acima do nível de quase 8 vezes de março e do múltiplo de 6,79 vezes do final de junho de 2024.

O presidente da Braskem, Roberto Ramos, fez no início de agosto uma veemente defesa da estratégia de reestruturação da empresa, focada em troca da matéria-prima nafta por gás e produção de químicos “verdes”, derivados de fontes renováveis como cana-de-açúcar e milho.

Na ocasião, o executivo afirmou que o problema da Braskem “não era o tamanho da dívida”, citando que a empresa não tem nenhum vencimento de curto prazo e que não era “fã de venda de ativos para amortizar dívida” ao ser questionado sobre rumores na imprensa sobre eventual venda de ativos nos Estados Unidos.

A dívida bruta corporativa encerrou o trimestre em cerca de US$8,5 bilhões, com prazo médio de 9 anos e 68% dos vencimentos a partir de 2030. Ao final de junho, a posição de caixa, excluindo a operação mexicana Braskem Idesa, era de US$1,7 bilhão, sem considerar uma linha de crédito rotativo de US$1 bilhão disponível até dezembro de 2026, segundo dados da companhia.