Em 2009, uma joint-venture mexicana da Braskem venceu uma licitação para implantar um complexo petroquímico em Veracruz. Nesta quarta-feira (7), a empresa finalmente anunciou a inauguração do terminal que vai abastecer o complexo com matéria-prima importada.
O Terminal Química Puerto México (TQPM), em Veracuz, foi a solução encontrada pela Braskem para superar desentendimentos entre a empresa e a estatal mexicana de petróleo Pemex.
“A inauguração do terminal de importação da TQPM, com capacidade de 80 mil barris diários de etano, proporcionará à Braskem Idesa as condições necessárias para importação de toda a sua necessidade de matéria-prima, permitindo que a Braskem Idesa produza 1 milhão e 50 mil toneladas anuais de polietileno no México”, afirmou a Braskem em comunicado ao mercado.
Matéria-prima do plástico
O objeto é fornecer gás etano, um composto obtido a partir do gás natural e do refino do petróleo. Ele está no começo da cadeia de produção do plástico. As petroquímicas usam o gás etano como matéria-prima para obter o eteno (ou etileno), que então passa por um processo de polimerização para formar o polietileno. Esse é o material a partir do qual o plástico é feito.
Em 2009, a Braskem anunciou a construção de um complexo petroquímico de polietileno no México ao custo de bilhões de dólares, em uma joint-venture com a Idesa. Em 2010, ela assinou contrato com a Pemex para o fornecimento de matéria-prima do próprio país.
Na época, a Braskem afirmou que, “com essa iniciativa, haverá um forte impulso à substituição de importações de polietilenos pelo México, que hoje envolve aproximadamente US$ 2 bilhões/ano, com impacto na melhoria da balança comercial e de pagamentos daquele país”.
Mas, ao longo dos anos, desentendimentos com a petrolífera obrigaram a Braskem Idesa a buscar alternativas para abastecer completamente o local.
Foi só em 2022 que a empresa iniciou o projeto de um terminal para importar etano. O investimento estimado na época era de US$ 400 milhões e envolveria uma parceria com a holandesa Advario.
Segundo a Braskem, o projeto incluía a construção de um novo cais e um duto de 11 quilômetros para transportar o etano entre o terminal e o complexo petroquímico.
Na época do anúncio, a companhia afirmou que a intenção era trazer o etano dos Estados Unidos, que iniciou este ano uma guerra comercial com o México. Mas, ao anunciar a inauguração do terminal, a Braskem não informou de onde virá a matéria-prima.