A companhia de alimentos BRF (BRFS3) reportou prejuízo líquido de R$ 601 milhões referente ao quarto trimestre de 2022, acima da perda de R$ 130,62 milhões prevista pelos analistas, mostraram dados do balanço financeiro divulgados nesta terça-feira, enquanto a administração luta para melhorar o desempenho operacional da empresa.
O resultado marcou o quarto trimestre consecutivo de prejuízo da empresa, que é a maior exportadora de frango do Brasil.
A processadora de aves e suínos informou que seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado chegou a R$ 1,03 bilhão, ligeiramente abaixo das estimativas dos analistas de R$ 1,191 bilhão.
O prejuízo líquido de R$ 601 milhões não leva em consideração os efeitos contábeis da hiperinflação na Turquia, que a administração da companhia disse que seriam positivos, nem o impacto pontual de um acordo de leniência que a empresa assinou no ano passado para solucionar acusações de corrupção, que seria negativo.
No total, a empresa teria registrado prejuízo de R$ 956 milhões no quarto trimestre, segundo o comunicado.
No desempenho operacional, a BRF registrou crescimento de volume de vendas de 1,9% no quarto trimestre, tradicionalmente forte devido às festas de fim de ano.
A BRF, que obtém a maior parte de suas vendas no Brasil, disse que se beneficiou do maior volume de vendas na região e de sua capacidade de aumentar os preços no mercado interno.
Ainda assim, as margens Ebitda no Brasil contraíram para 8,8% no quarto trimestre, ante 12% no mesmo período do ano anterior, afirmou.
Segmentos
O chamado segmento Halal, normalmente um dos mais lucrativos da empresa, teve queda de preço em dólar de 4,7%, parcialmente compensada pelo aumento de 8,8% no volume de vendas em relação ao terceiro trimestre.
A BRF disse que seus mercados Halal, que exigem que os alimentos sejam preparados de acordo com as regras muçulmanas, sofreram com a ampla oferta de frango em alguns países e com o impacto da hiperinflação na Turquia.
Após a publicação dos resultados, executivos da BRF disseram a jornalistas que a empresa planeja vender até R$ 4 bilhões em ativos não essenciais este ano em uma tentativa de reduzir a dívida.
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