A montadora chinesa BYD fabricará seus veículos elétricos para venda na Europa localmente em cerca de três anos, ajudando a evitar tarifas da União Europeia. A empresa aposta que os híbridos plug-in devam dominar suas vendas na região no curto prazo, disse uma executiva da companhia nesta segunda-feira, 8.

“Estamos nos treinando para sermos mais europeus na produção”, disse a vice-presidente executiva da BYD Stella Li à Reuters no salão de automóveis IAA Mobility, em Munique, na Alemanha.

Para isso, a BYD está construindo uma fábrica na Hungria que deve abrir as portas neste ano; a produção na Turquia está agendada para começar em 2026.

A União Europeia impôs tarifas sobre veículos elétricos fabricados na China no ano passado, porque acreditava que as montadoras do país asiático se beneficiavam de subsídios do governo para competir de forma ‘desigual’ com as europeias.

Questionado sobre quanto tempo a BYD levará para produzir os veículos elétricos necessários para suprir a demanda europeia, Li disse: “Dê-nos de dois a três anos”.

A BYD inicialmente vendia apenas carros totalmente elétricos na Europa e, no final do ano passado, anunciou que também começaria a vender híbridos plug-in. Esses veículos atraíram a preferência entre os consumidores europeus e, no Reino Unido, por exemplo, o modelo mais vendido da montadora é um híbrido plug-in (PHEV).

Li disse que, nos próximos seis meses, a BYD lançará mais três a quatro PHEVs. Ela espera que em breve eles superem as vendas de modelos totalmente elétricos na Europa. “Nos próximos um ou dois anos, nossos híbridos plug-in dominarão as vendas” na Europa, disse ela.

Sucessão e nova marca no radar

A executiva também estima o lançamento da marca de luxo do grupo, a Yangwang, na Europa em 2027.

As vendas globais da BYD dispararam para 4,2 milhões de carros em 2024, dez vezes mais que em 2019. Mas a empresa passou por vários meses de queda nas vendas e na produção na China.

As vendas da empresa ainda estão em dois dígitos neste ano, e a executiva disse que o crescimento da BYD em 2025 será impulsionado pelas vendas fora da China.

De acordo com a nova política do governo chinês, o presidente da BYD, Wang Chuanfu, de 59 anos, pode ter de se aposentar no início de 2027. A executiva, no entanto, despistou sobre quem poderia ser o sucessor para a posição: “Vamos manter isso em segredo”, disse.