Acadeia de suprimentos é o quinto maior risco de negócio para o setor de saúde, de acordo com workshop promovido pela EY com a participação de 15 empresas – três hospitais, duas operadoras de saúde, três laboratórios de diagnósticos e sete farmacêuticas.
Dinâmica de mercado, que reúne perda de competitividade, entrada de novos concorrentes e dependência de receita limitada a um produto ou serviço específico; falhas no ciclo de receitas; compliance com ESG; e adequação à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e vulnerabilidade a ataques cibernéticos são os quatro primeiros nessa ordem de menção.
Os riscos da cadeia de suprimentos dizem respeito à ruptura no abastecimento e à eficiência das operações logísticas, podendo a gestão ineficiente da cadeia levar a uma série de consequências negativas. Das empresas participantes do workshop, 40% consideraram que a materialização desse risco é possível, com 47% prevendo impacto alto ou crítico caso o risco se materialize.
As empresas farmacêuticas enfrentam fatores de risco específicos, como previsão de demanda de consumo e suas variações, ineficiência na distribuição, dependência de fornecedores importados, riscos ESG ao longo da cadeia e gestão ineficiente do retorno de produto após seu uso ou descarte (deficiências, portanto, na logística reversa).
Já os hospitais, laboratórios de diagnósticos e operadoras de saúde precisam olhar para a ruptura nos estoques, especialmente para a falta de medicamentos emergenciais. Um dos gargalos desse processo está na descentralização de decisões sobre a utilização de materiais e equipamentos, envolvendo operadoras de saúde, médicos e hospitais.
Além disso, a movimentação de materiais entre armazéns e dentro dos prédios carece de controle digital, impactando a acuracidade do inventário e, consequentemente, gerando falta de visibilidade do estoque.
Gestão eficiente da cadeia de suprimentos
“Para garantir o gerenciamento eficiente da cadeia de suprimentos, as empresas do setor precisam implementar medidas efetivas de gerenciamento de risco em suas cadeias de suprimentos, minimizando assim os impactos negativos e garantindo a qualidade dos seus produtos e serviços”, explica Hugo Brandão, líder de supply chain da EY.
“A prioridade das empresas farmacêuticas, por exemplo, se mantém em uma jornada de transformação de supply chain com integração e visibilidade das etapas da cadeia, além da implementação de uma avaliação completa do processo de Planejamento de Vendas e Operações [S&OP, na sigla em inglês], com foco na resiliência da cadeia e nas especificidades de cada produto”.
Hugo Brandão, líder de supply chain da EY
Já para os hospitais, operadoras de saúde e laboratórios de medicina diagnóstica, ainda segundo o especialista, as boas práticas para mitigar os riscos da cadeia de suprimentos incluem a implementação de um processo robusto de planejamento de materiais por categoria, como EPI (Equipamento de Proteção Individual), consumíveis, medicamentos e OPME (Órteses, Próteses e Materiais Especiais), além de indicadores de performance do planejamento e execução, incluindo também o processo de S&OP/S&OE (Execução de Vendas e Operações).
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