O Grupo Carrefour Brasil (CRFB3) lançou nesta quarta-feira (28), durante ABF Franchising Expo 2023, o sistema de franquias para o Carrefour Express. O objetivo principal é expandir os negócios, segundo a empresa.
“A gente tem um plano de expansão para os próximos anos, nós entendemos que o modelo de franquias [Express] nos possibilita acelerar o passo nessa questão”, diz João Edson Gravata, diretor executivo de proximidade do grupo.
O modelo é lançado em um contexto econômico em que a elevada taxa de juros tem prejudicado muitos varejistas. Sobre isso, Gravata comenta que o grupo fez uma análise de mercado para identificar o potencial de abertura de novas lojas, onde chegaram a conclusão que é um momento de expansão para o segmento. “Para nós, é um movimento consistente”, diz.
O momento também inclui o crescimento de outros players do mesmo segmento, como Oxxo, Mini Extra e Minuto Pão de Açúcar.
“Durante a elaboração do projeto, a gente tomou muito cuidado para entender quais eram os pilares que agregavam valor a uma proposta de negócio que está chegando no mercado agora e que vai competir com outras franquias existentes”, pontua o diretor.
A empresa não informou quais são suas metas de oferecimento de franquias, expectativas de resultados e outros detalhes contratuais (como percentual de royalties) para os franqueados.
Como funciona?
O modelo de negócio a ser franqueado se trata de uma versão de mercado de tamanho inferior aos tradicionais do grupo, com o objetivo de atender a demanda dos consumidores “de forma fácil e rápida”, seja perto de casa ou do trabalho.
O investimento para os empreendedores interessados inicia em R$ 150 mil, mas varia de acordo com o modelo de operação escolhido: lojas de rua e centros comerciais – unidades com características de consumo de proximidade; lojas residenciais – unidades implantadas em condomínios residenciais; e as lojas in company – unidades implantadas em conjuntos empresariais.
Vale a pena ter uma franquia?
José Sarkis Arakelian, professor de negócios da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), comenta que ao longo da história os modelos de negócio e os comportamentos de consumo geralmente vão mudando.
Ele lembra que antigamente as pessoas iam menos aos supermercados e faziam compras volumosas e, por isso, procuravam estabelecimentos que fossem grandes e com vasta variedade. Mas, com as novas necessidades do dia a dia, outros modelos de negócio foram surgindo, segundo ele.
“Mudou a forma como a gente consome”, diz Arakelian, acrescentando que hoje em dia muitas pessoas procuram praticidade e mal têm espaço em seus apartamentos para armazenamento de grandes compras.
Desse modo, ele aponta que o modelo de loja é interessante ser expandido pelo Grupo Carrefour e adquirido pelos franqueados, mas isso a depender das condições do varejista, que não foram divulgadas detalhadamente. “Esse é um mercado em absoluta expansão, esse segmento já vem passando por uma consolidação”, finaliza o professor.
Da mesma maneira, Roberto Kanter, professor de MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV), menciona que o segmento de franquia para mini mercados está em tendência de alta.
Olhando para o atual momento da economia, o professor reforça que ainda faz sentido investir nesse tipo de empreendimento, pois “as pessoas continuam comendo, as pessoas continuam consumindo… negócios continuam sendo feitos o tempo todo”.
De qualquer maneira, antes de tomar a decisão pelo investimento, os especialistas recomendam uma análise cautelosa do mercado e avaliação dos riscos.
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