As conversas para a venda da fatia do Grupo Pão de Açúcar (GPA) que hoje está nas mãos da rede francesa Casino avançaram uma casa: os vendedores já definiram o preço inicial das negociações. Mas, segundo um dos interessados nas ações, esse valor estaria bem acima do valor de mercado.
O Casino já foi o controlador do GPA, mas perdeu essa posição em março deste ano, quando a companhia brasileira realizou seu follow-on. Após a operação, que levantou R$ 704 milhões, a rede francesa teve sua participação reduzida de 40,9% para 22,5% do total de ações. Essa fatia, que hoje equivale a R$ 324 milhões, também foi colocada à venda.
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Segundo a fonte, os atuais controladores do Casino, liderados pelo tcheco Daniel Kretinsky, definiram as condições de preço para começar as conversas com os potenciais compradores. E autorizaram o Itaú BBA, que tem o mandato para a venda, a comunicar a cifra a alguns dos potenciais interessados.
Dentre os interessados em levar a fatia do Casino, estão:
- Ronaldo Iabrudi, ex-CEO do GPA e atual vice-presidente do Conselho de Administração da companhia. Por sua posição estratégica, é considerado um competidor forte na disputa;
- GTF Capital, do investidor Rafael Ferri, que organizou um pool de investidores que, juntos, teriam hoje cerca de 10% do capital da companhia;
- Plurix, braço dedicado a negócios de varejo do Pátria Investimentos, comandada pelo também ex-CEO do GPA, Jorge Faiçal.
Procurados, os três preferiram não comentar o assunto.
As ações do GPA subiram 7,33% nesta quinta-feira, a R$ 2,93. Já o Ibovespa avançou 0,40%. O GPA vale R$ 1,44 bilhão na bolsa.
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