A Tupy informou nesta quinta-feira (27) em fato relevante que seu conselho de administração aprovou o início do processo de transição do cargo de diretor presidente, com a eleição de Rafael Lucchesi Ramacciotti à função a partir de 1º de maio.
Segundo a Tupy, o atual diretor presidente, Fernando Cestari de Rizzo, permanecerá na posição até 30 de abril, com o processo de transição sendo conduzido em conjunto pelos executivos.
A empresa vem vivendo conflitos internos há alguns meses. Acionistas minoritários vêm questionando desde o ano passado a atuação da BNDESPar e da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil) na administração da Tupy.
A BNDESPar (braço de participações do BNDES) e a Previ são os maiores acionistas da Tupy. Juntas detêm cerca de 30% do capital votante.
Desde 2024, as instituições propõem a substituição do CEO da empresa, Fernando de Rizzo , no cargo desde 2016.
A justificativa para a mudança seria uma “renovação na governança”, mas alguns acionistas viram o movimento como interferência política — já que BNDESPar é controlado pelo governo federal.
No dia 18 de março, a Tupy confirmou, também em fato relevante, que “considerando que em 30 de abril de 2025 se encerra o mandato dos atuais membros da Diretoria Estatutária, o Conselho conduzirá, assim como o faz a cada três anos (prazo do mandato), processo de avaliação da Diretoria Estatutária da Companhia quanto à eleição dos seus membros”.
Ainda segundo o comunicado, a companhia informou que “os membros do Conselho de Administração, eleitos pelas Assembleias Gerais Ordinária e Extraordinária realizada em 28 de abril de 2023 e Extraordinária realizada em 30 de novembro de 2023, cumprem mandato até 30 de abril de 2025.”
Fundos como a Dynamo, Kinea e outros acionistas minoritários criticam a proposta, argumentando que a Tupy tem desempenho sólido sob Rizzo, como o registro de lucro crescente em 2023 e expansão internacional.
Além disso, alegam que a troca pode desestabilizar a estratégia da empresa em um momento crítico que, atualmente, trabalha na expansão no México e com projetos de transição energética.
Investimentos
Nesta semana, a líder na América Latina em componentes de ferro fundido, havia anunciado que acertou novos contratos com duas montadoras de veículos envolvendo componentes estruturais e manufatura em motores de caminhões extrapesados, segundo fato relevante ao mercado.
A companhia afirmou que quando os contratos alcançarem o potencial contratado, a empresa terá receita adicional de R$250 milhões por ano.
Segundo a metalúrgica, um dos contratos prevê fabricação, usinagem e pré-montagem de cabeçotes de motor, com início de faturamento previsto para 2027.
Em outro projeto, com início em 2028, a Tupy será responsável pela fabricação de blocos para as mais recentes gerações de motores de uma das montadoras.
A Tupy não identificou as montadoras mas afirmou que essas indústrias detêm, em conjunto, 50% do mercado brasileiro de caminhões extrapesados.
Atualmente, ambas as montadoras produzem os componentes na Europa.