A Ab InBev, controladora da Ambev, deve pôr fim ao reinado de três décadas da Heineken como patrocinadora oficial de cerveja da UEFA Champions League (Liga dos Campeões) de futebol, em um acordo considerado estratégico com a nova agência global de vendas da competição, a Relevent.

De acordo com reportagem da Associated Press, as negociações exclusivas com a AB InBev são para um um contrato de seis anos a partir de 2027. A negociação envolve a UC3, a joint venture comercial entre a UEFA, que organiza a Champions, e o cada vez mais influente grupo European Football Clubs (EFC).

O acordo potencial teria alcance global e cobriria todas as competições masculinas de clubes da UEFA por seis temporadas, segundo a UC3. O valor deve ficar perto de 200 milhões de euros (US$ 232 milhões) por temporada.

“A nossa escolha pela UC3 reflete nosso compromisso com o futebol e com a nossa estratégia de megaplataformas”, diz a AB InBev em comunicado. “Esperamos ser uma grande parceira da UC3 por muitos anos.”

O grupo Heineken reconheceu que o fim da parceria com o torneio se aproxima e que já era algo esperado. A holandesa continua patrocinando a Formula 1 e acabou de assinar uma parceria global com o Premier Padel.

“Fizemos uma escolha estratégica de concentrar nossos patrocínios em plataformas em que o investimento seja proporcional à geração de valor, garantindo retorno sobre o que aplicamos”, disse a empresa, em nota.

Esse é o primeiro grande acordo amarrado pela Relevent desde que ela foi escolhida neste ano pelo grupo EFC e pela UEFA para aumentar o valor dos contratos comerciais e elevar o prêmio distribuído a centenas de clubes que disputam, a cada temporada, os campeonatos de clubes da UEFA: Champions League, Europa League e Conference League.

A meta é chegar a pelo menos 5 bilhões de euros (US$ 5,8 bilhões) em receita bruta por temporada a partir de 2027. Hoje, a receita bruta é de ao menos 4,4 bilhões de euros (US$ 5,1 bilhões), que financiam quase 2,5 bilhões de euros (US$ 2,9 bilhões) do bolo de prêmios dividido entre os 36 clubes da Champions.

No Brasil, Heineken e Ambev disputam os bares

Por aqui, a disputa das duas líderes de mercado se acirrou justamente no segmento premium, que ainda cresce num momento em que o mercado de cerveja patina. 

Depois de uma década, a Ambev, da Ab InBev, voltou à liderança do segmento premium, que reúne os rótulos mais caros de cerveja. No terceiro trimestre de 2025, esse segmento – representado na companhia por OriginalStella ArtoisCoronaBecks e Spaten – cresceu 15% na base anual, marcando o 18º trimestre consecutivo de alta.

De acordo com as estimativas da companhia, o portfólio premium e super premium da Ambev alcançou o maior nível de participação desde 2015, atingindo quase 50% de share do segmento – o bastante para tirar a Heineken da liderança. O desempenho foi impulsionado por Corona, Original e a família Stella Artois.

Foto de abertura: Angel Martinez/Getty Images)