O grupo chinês CMOC, uma das maiores mineradoras do país asiático, ampliou sua atuação no setor de metais preciosos com um acordo de US$ 1 bilhão para adquirir as operações brasileiras da Equinox Gold.

A CMOC assumirá o controle total de duas subsidiárias da Equinox — a Leagold LatAm Holdings BV e a Luna Gold Corp. —, que controlam diversas minas ou depósitos no país. A Equinox receberá US$ 900 milhões em dinheiro, além de um pagamento contingente de até US$ 115 milhões um ano após a conclusão do negócio, informou a CMOC em um comunicado na bolsa de valores nesta segunda-feira (15).

A empresa chinesa é uma das mineradoras de crescimento mais rápido do mundo, ultrapassando a Glencore como a maior produtora de cobalto em 2023 e também possuindo importantes operações de cobre. Ela vem registrando lucros expressivos impulsionados pelos altos preços do metal industrial e anunciou, no início deste ano, que se concentraria em fusões e aquisições nos setores de cobre, ouro e outros metais.

O acordo “demonstra nossa convicção no ouro” e a mineradora buscará impulsionar o crescimento a longo prazo do metal, afirmou o presidente Liu Jianfeng em um comunicado separado. A transação representa um acréscimo estratégico aos ativos da CMOC e fortalece sua presença na América do Sul, acrescentou.

As ações da CMOC subiram cerca de 3,4% em Hong Kong nesta segunda-feira e mais que dobraram desde o final de junho.

O ouro valorizou-se em quase dois terços este ano e atingiu uma série de máximos históricos devido ao aumento da procura por ativos de refúgio, enquanto o cobre subiu mais de 30% devido ao forte consumo e às interrupções na produção de minas, atingindo também um pico histórico. A CMOC adquiriu a mineradora canadense Lumina Gold Corp. no início deste ano por C$ 581 milhões (US$ 422 milhões) para explorar a maior jazida primária do metal precioso no Equador. 

O acordo dará à CMOC a propriedade total das minas Aurizona, RDM, Fazenda e Santa Luz, com uma produção combinada de 8 toneladas de ouro por ano, informou a mineradora chinesa, com a produção total podendo aumentar para mais de 20 toneladas quando uma das minas no Equador iniciar suas operações. A transação deverá ser concluída no primeiro trimestre do próximo ano, afirmou a CMOC.