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Cidade Matarazzo, em SP, quer captar até US$ 100 mi com títulos verdes

Projeto pode lançar uma oferta de títulos de US$ 70 milhões a US$ 100 milhões já no próximo mês.

Cidade Matarazzo/Divulgação
Cidade Matarazzo/Divulgação

Os empreendedores do projeto de reurbanização Cidade Matarazzo em São Paulo planejam testar o mercado de títulos verdes em dólar em uma aparição relativamente rara para uma empresa imobiliária brasileira.

O projeto pode lançar uma oferta de títulos de US$ 70 milhões a US$ 100 milhões já no próximo mês para refinanciar uma dívida imobiliária comercial, disse Alexandre Allard, o maior investidor no projeto. O financiamento de títulos verdes tem sido um mecanismo de financiamento pouco utilizado por empresas da maior economia da América Latina, porém, houve algum crescimento nos últimos anos.

“Queremos testar o mercado. E queremos ver como podemos organizar esse fluxo de dinheiro de instituições internacionais”, disse Allard em entrevista de Nova York. A empresa está em processo de seleção de bancos para a transação, acrescentou.

Títulos verdes no mercado

Mês passado, o Itaú Unibanco (ITUB3; ITUB4) levantou US$ 62,5 milhões com a venda de títulos verdes de 3 anos na única venda desse tipo de dívida de um emissor brasileiro até agora este ano, segundo dados compilados pela Bloomberg. Isso se compara a quase R$ 74 bilhões (US$ 15 bilhões) em títulos domésticos brasileiros precificados no mesmo período, segundo os dados.

O complexo Cidade Matarazzo, na Bela Vista, já emitiu títulos via BM Empreendimentos, segundo dados da Bloomberg. Nos primeiros nove meses do ano passado, a empresa registrou lucro líquido de R$ 146,5 milhões, segundo a empresa.

Allard cofundou a Consodata em 1995, uma empresa francesa de marketing direto que foi vendida em 2002 para o conglomerado Seat Pagine Gialle, com sede em Turim, editora da versão italiana das Páginas Amarelas. Por mais de uma década, ele está construindo a Cidade Matarazzo a partir das ruínas do hospital que leva o nome do imigrante italiano que foi considerado o homem mais rico do Brasil quando morreu em 1937.

Allard já está de olho no próximo possível passo da Cidade Matarrazo nos mercados financeiros assim que o título verde for concluído.

“Depois desses títulos verdes vem a criptomoeda”, disse Allard. “A securitização usando blockchain é algo que terá um papel importante no setor verde.”

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