O presidente Donald Trump pressionou a Coca-Cola para usar açúcar de cana dos EUA. O problema é que a fabricante de refrigerantes não consegue ter produção suficiente deste tipo de açúcar para lançar o novo refrigerante.

Em entrevista à Bloomberg News nesta terça-feira (21), o diretor financeiro da Coca-Cola John Murphy disse que o lançamento tem duas barreiras.

Uma é fornecimento limitado de açúcar de cana dos EUA. O outro é a produção de garrafas de vidro.

“Será uma implementação comedida”, disse Murphy. “Há apenas uma quantidade limitada de açúcar de cana disponível nos Estados Unidos.”

Coca-Cola e os caprichos de Trump

Os comentários de Murphy ressaltam os desafios que as empresas americanas enfrentam ao tentar adaptar a realidade das operações comerciais aos caprichos de Trump.

Além de lidar com tarifas, políticas comerciais instáveis ​​e o impacto iminente da paralisação do governo nos pagamentos de auxílio alimentar, as empresas alimentícias também estão sob pressão para adotar ingredientes mais naturais.

Trump anunciou em uma publicação no Truth Social no início deste ano que a Coca-Cola planejava lançar um novo refrigerante feito com açúcar de cana dos EUA.

Posteriormente, a empresa anunciou que produziria uma nova bebida com açúcar de cana dos EUA neste outono.

A Coca-Cola utiliza xarope de milho rico em frutose, mais barato que o açúcar de cana, para adoçar seu produto principal nos EUA. No entanto, uma versão mais cara do refrigerante, que usa açúcar de cana importado do México, vinha conquistando seguidores.

A produção de açúcar de cana dos EUA representa cerca de 30% do fornecimento de açúcar do país, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA. O restante vem da beterraba, bem como de importações do México e de outros países.

Produto e embalagem

Murphy disse que, além do fornecimento de açúcar, o aumento da capacidade da produção em garrafas de vidro é um fator limitante para o lançamento do novo refrigerante.

“Se você observar o sucesso da Coca-Cola Mexicana nos Estados Unidos, verá que é uma combinação do produto e da embalagem, e estamos muito interessados ​​em oferecer essa mesma combinação usando açúcar de cana americano”, disse Murphy.

A capacidade de produzir a nova bebida americana em garrafas de vidro precisa ser expandida para uma distribuição mais ampla do novo refrigerante, disse Murphy, já que o processo é diferente do usado com latas. Por enquanto, a empresa está planejando um “lançamento em fases”, que começará em alguns mercados e em diversas lojas, antes de planejar expandir a produção até 2026.