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Negócios

Contra crise das montadoras europeias, BMW e Mercedes substituem executivos

Outras montadoras europeias, como a Volkswagen e a operação local da Ford, planejam mais cortes de funcionários

Os novos automóveis da BMW e da Mercedes-Benz AG no cais do terminal BLG Logistics Group AG no Porto de Bremerhaven, em Bremerhaven, Alemanha. Foto: Alex Kraus/Bloomberg

A BMW e a Mercedes-Benz estão realizando trocas em suas equipes de liderança à medida que enfrentam a intensificação da concorrência na China e a fraca demanda por veículos elétricos na Europa.

A Mercedes informou na quarta-feira (11) que seu chefe na China, Hubertus Troska, se aposentará em julho e será substituído pelo chefe de estratégia de produtos, Oliver Thöne. O fabricante do sedã Classe S tem enfrentado dificuldades no mercado asiático devido a uma economia mais fraca e à mudança de clientes para marcas locais lideradas pela BYD.

O ex-diretor financeiro da BMW, Nicolas Peter, deve substituir Norbert Reithofer como presidente do conselho de supervisão no próximo ano, informou a empresa na terça-feira (10), em um movimento destinado a garantir a continuidade da fabricante sediada em Munique, que enfrenta ventos contrários semelhantes.

As mudanças na administração refletem os grandes desafios que o setor automotivo alemão enfrenta. As vendas no importante mercado chinês diminuíram e a recuperação do mercado automotivo europeu tem sido lenta. Além disso, o setor mais importante da Alemanha enfrenta o risco de tarifas elevadas após o retorno de Donald Trump à Casa Branca.

A baixa demanda pelos modelos elétricos da Mercedes está pesando sobre o avanço da empresa no mercado, uma estratégia elaborada pelo CEO Ola Källenius. Embora a BMW tenha tido mais sucesso na venda de veículos elétricos, ela foi atingida por um grande recall e, assim como sua concorrente, está sob pressão para reduzir as despesas devido aos altos custos de mão de obra e energia da Alemanha. As ações da BMW e da Mercedes acumulam queda de 21% e 10% este ano, respectivamente.

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Os fabricantes de automóveis na Europa começaram a fazer cortes para se tornarem mais competitivos, com a Ford Motor disse que busca eliminar mais 4 mil posições na região e a Volkswagen considerando o fechamento de fábricas sem precedentes na Alemanha.

Algumas das mudanças executivas sugerem que o corte está em andamento. A chefe de pessoal da Mercedes, Sabine Kohleisen, deixará o cargo no final de abril, cerca de sete meses antes do planejado. Ela será substituída pela atual chefe de vendas e marketing, Britta Seeger, que tem experiência em vendas on-line de automóveis.

A montadora sediada em Stuttgart também contratará Olaf Schick, 52 anos, atualmente diretor financeiro da Continental. Schick continuará preparando a planejada cisão da unidade automotiva da fabricante de peças alemã até sua saída em 30 de setembro. A Continental decidirá sobre seu sucessor no devido tempo, disse na quarta-feira.

Schick, que trabalhou para a Mercedes no passado, se juntará ao conselho de administração da montadora em outubro, responsável pela integridade, governança e sustentabilidade. Ele substituirá Renata Jungo Brüngger, que está deixando a empresa a seu próprio pedido.

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