A VDQ Holdings, veículo de investimento da família fundadora da Minerva Foods, os Vilela de Queiroz, lançou na segunda-feira (25) uma operação para levantar R$ 705 milhões para “aquisição de participações societárias”.
No documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a holding não deixa claro qual tipo de aquisição seria. Hoje, o único investimento da VDQ é na Minerva. A holding dos Vilela de Queiroz foi procurada, mas ainda não respondeu.
A operação da VDQ será feita pela emissão de notas comerciais, com remuneração de CDI + 3,60% ao ano, com vencimento previsto para 15 de novembro de 2029. A previsão é de que a operação seja encerrada nesta quinta-feira (29). A transação é destinada apenas para investidores profissionais (que investem acima de R$ 10 milhões).
Minerva gere passivo
A operação ocorre em uma fase em que o frigorífico controlado pela família Vilela de Queiroz vem buscando formas de gerir seu passivo após assumir o compromisso de desembolsar R$ 7,5 bilhões pela compra de 16 fábricas da Marfrig na América do Sul.
Em agosto do ano passado, Edison Ticle, CFO da Minerva afirmou que a companhia estudaria os diversos mecanismos de dívida no mercado de capitais para baratear o empréstimo-âncora de R$ 6 bilhões feito pelo JP Morgan para viabilizar a operação. Desde então, a empresa fez emissão de debêntures e bonds no exterior para dar conta do financiamento.
A Minerva encerrou o terceiro trimestre com dívida líquida de R$ 7,4 bilhões, com alavancagem de 2,6 vezes a dívida líquida pelo lucro operacional (Ebitda). Os dados consideram apenas a entrada de R$ 1,5 bilhão dada à Marfrig e ainda não computou os outros R$ 5,7 bilhões que a empresa precisou pagar no fim de outubro.
No fluxo de pagamento de dívidas da Minerva, tirando o acordo com a Marfrig, a maior despesa está prevista para o terceiro trimestre de 2025, com R$ 1,92 bilhão a pagar – em todo o ano que vem, a empresa precisará quitar R$ 3,8 bilhões.
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