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De olho na demanda, Embraer lança centro de manutenção de motores em Portugal

Subsidiária da fabricante brasileira também vai revisar motores para jatos feitos pela concorrente Airbus

Logo de fábrica da Embraer pintado na caixa d’água
Foto: Adobe Stock Photo

A Embraer (EMBR3) inaugurou nesta quinta-feira (25) um centro de manutenção para motores Pratt & Whitney em Portugal, que espera gerar receitas adicionais de 600 milhões de euros por ano quando estiver operando em plena capacidade. A abertura da instalação ocorre num momento de elevada demanda por serviços de manutenção diante dos problemas do setor aéreo no fornecimento de aeronaves e cadeia de suprimentos e um nível de reparos superior ao esperado nos motores de nova geração.

A instalação de manutenção da subsidiária OGMA da Embraer, perto de Lisboa, será “agnóstica”, o que significa que estará apta para revisar motores Pratt & Whitney para jatos fabricados tanto pela empresa brasileira quanto pela concorrente Airbus.

A Pratt & Whitney, parte da RTX Corp, enfrenta desde o ano passado um raro defeito em seus motores que afeta principalmente o jato Airbus A320neo, o que levou a fabricante de aviões a pedir inspeções aceleradas que as companhias relatam que podem levar até quase um ano para serem concluídas.

“A demanda é alta, todas as oficinas do mundo de aviação andam cheias”, disse o chefe da unidade de Serviços e Suporte da Embraer, Carlos Naufel, à Reuters.

“Os primeiros motores que a gente está recebendo são de companhias europeias, mas não necessariamente – pode ser que venha de qualquer parte do mundo.”

A consultora Bain afirmou num relatório na semana passada que as companhias aéreas têm enfrentado a maior espera já registrada pela manutenção dos motores, com a demanda provavelmente devendo atingir um pico em 2026. Isso restringe o crescimento das companhias aéreas e aumenta os custos.

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A OGMA, que já fornece manutenção para motores Rolls-Royce, oferecerá inicialmente serviços para o motor turbofan PW1100G-JM da Pratt, que equipa a família A320neo.

A partir de 2026, a unidade também planeja serviços para o motor PW1900G que equipa a próxima geração de jatos E2 da Embraer.

No seu auge, espera-se que a instalação tenha uma capacidade anual para 240 motores e gere 600 milhões de euros em receitas – mais do que os 500 milhões de dólares que a empresa tinha previsto quando anunciou pela primeira vez no ano passado que planejava abrir a instalação.

Naufel não detalhou a capacidade inicial nem quando o pico deverá ser atingido, mas disse que haverá um aumento ano após ano.

A unidade de Serviços e Suporte da Embraer em 2023 foi responsável por 27% das receitas do grupo, acumulando 1,4 bilhão de dólares. A carteira de pedidos no final do ano passado era de um recorde de 3,1 bilhões de dólares.

Naufel disse que a unidade espera dobrar as receitas anuais até 2030.

“Se você perguntar qual é o termo para serviços e suporte, é crescimento acelerado”, acrescentou o executivo. “Está super aquecido, e nós estamos acompanhando.”

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