O executivo foi um dos painelistas da 26ª Conferência Anual do Santander, em São Paulo, nesta terça-feira, 19. Também participaram do painel sobre investimentos globais no Brasil Juan Pablo Zucchini, da Advent; e Maria Teresa Azevedo, do Softbank.
Em entrevista ao InvestNews, ele reforçou no evento a tendência de ampliar investimentos em mercados estratégicos no Brasil, como infraestrutura, saneamento básico e energia – nesse caso, a tese é apostar em empresas que promovam soluções para a transição energética. “Na Auren, a gente já investiu em quatro ocasiões durante o ciclo. Na Iguá, também foram quatro [rodadas]. E temos apetite para fazer mais em várias empresas”, afirma Szlejf.
Saneamento
Com a saída da IG4, em agosto do ano passado, o controle da Iguá passou a ser exercido pelo CPP, com AIMCo, também do Canadá, como dona de uma participação de 24%, e o BNDESPar (9,5%) compondo o cap table da Iguá.
Recentemente, o CPP esteve envolvido em uma disputa que culminou na demissão do CEO da companhia de saneamento. Recrutado pelo fundo, Roberto Barbuti foi substituído por René Silva após insatisfação dos minoritários, como mostrou o InvestNews. Szlejf, no entanto, descarta qualquer intriga entre os sócios.
“Existe um alinhamento muito grande entre os três acionistas de longo prazo e um entusiasmo muito grande com a oportunidade de médio a longo prazo que o setor de saneamento proporciona”, aponta ele. “É um setor relativamente novo nas mãos da iniciativa privada, mas com muita coisa bacana pra fazer.”
Existe compromisso entre os acionistas para a realização de uma oferta pública inicial (IPO, em inglês) assim que as condições de mercado permitirem, para dar saída ao investimento do BNDES. Uma negociação com uma concorrente, como a Aegea já tentou no passado, é frequentemente especulada.
Uma nota técnica do Centro de Liderança Pública (CLP) publicada em julho projetou que as metas previstas no Marco Legal do Saneamento — acesso à água potável para 99% da população e esgoto tratado para 90% — só serão alcançadas em 2070, e não em 2033 como determina a legislação. O executivo do CPP, no entanto, mostrou-se satisfeito com a abertura do mercado, antes refém do setor público.
“Não tenho dúvida do progresso que tem sido feito nessa transição com a iniciativa privada, com a melhora na qualidade de serviço, avanço na cobertura, redução de perdas e eficiência na gestão. É algo muito significativo, como investidor e cidadão. A gente fica super entusiasmado”, disse ele.