Nesta terça-feira (21), a atriz Deborah Secco se tornou sócia da rede de brechós Peça Rara, focada na economia circular. A empresa, que se classifica como incentivadora de novos hábitos de consumo, foi fundada por Bruna Vasconi, em Brasília, e atualmente conta com 45 lojas entre próprias e franqueadas.
Mas não é a primeira vez que a artista se conecta ao mundo dos negócios. Deborah já era sócia de outras três empresas, dentre elas o aplicativo Singu, que atua com delivery de serviços de beleza e bem-estar e que foi fundada por Tallis Gomes, também fundador da Easy Táxi.
Em entrevista ao Investnews, a atriz contou que seu lado empreendedor ganhou evidência após a chegada da filha Maria Flor, hoje com seis anos de idade. “A maternidade faz com que a gente se arrisque sem medo”, disse.
A atriz também falou que o consumo exacerbado de roupas na profissão e a inquietação por tantas peças acumuladas em casa a motivaram a procurar os donos da rede de brechó para propor uma parceria. “Quero poder ajudar essa ideia do consumo consciente chegar a um maior número de pessoas”, afirmou.
Famosos investidores
Em 2021, a Peça Rara se tornou uma das marcas do SMZTO, grupo que atua com investimentos em franquias. O objetivo para este ano é atingir R$ 120 milhões em faturamento e chegar a 100 lojas.
Deborah não será a primeira famosa a se tornar sócia de uma empresa do grupo. A Xuxa, por exemplo, detém participação na rede de depilação EspaçoLaser (ESPA3), que abriu capital na bolsa em fevereiro do ano passado.
Segundo informações disponíveis no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Xuxa tem 2.264.409 ações da companhia, o que representa 0,92% dos papéis em circulação.
Já Deborah Secco, que não informou qual será sua fatia na rede Peça Rara, entrou como sócia no formato ‘media for equity’, ou seja, a atriz receberá ações do brechó em troca da divulgação e propagação da marca. Confira abaixo a entrevista:
IN$ – Como foi seu primeiro contato com a Peça Rara?
Deborah Secco – Na minha profissão, tem esse consumo exacerbado de roupas e comecei a acumular muita coisa em casa, minha e da minha filha também. Comecei a querer entender como eu poderia fazer para isso virar uma coisa boa […].
De repente, um casaco de marca, eu conseguiria vender e transformar esse dinheiro em 150 casacos para esquentar 150 pessoas. […] Vi que esse era um mercado que estava muito forte e aquecido com diversas marcas surgindo e a Peça Rara me chamou muito a atenção […]. Primeira luz que acende para mim de um bom negócio é: eu preciso disso e outras pessoas podem estar precisando também. Acho que pode ser um bom lugar para entrar, investir e fazer disso um job.
Eu tinha um acúmulo de coisas, não tinha onde colocar […] descobri que se eu colocasse para vender, transformaria aquilo em dinheiro e com o dinheiro conseguia fazer ações muito mais impactantes do que de fato uma doação de uma roupa. Se isso é tão interessante para mim, pode ser para muitas outras pessoas. E começou a minha história com a Peça Rara […].
IN$ – Essa foi sua primeira sociedade ou você participa de outras?
Tenho algumas sociedades. Quando a minha filha nasceu, essa vontade de experimentar outros lugares, o audiovisual sendo muito transformado com a chegada da internet e do streamings, eu falei: quero atuar em outras áreas, acho que isso pode trazer uma segurança maior financeira. Minha primeira experiência foi com a Singu, que é uma startup, e agora a Peça Rara é minha quarta sociedade.
IN$ – Você sempre ‘investiga’ a marca que está entrando?
Às vezes [a marca] não tem esse poder transformador com impacto no planeta. A Singu chamou muita atenção porque ela possibilitava independência financeira de mulheres […] que eram credenciadas a salões de beleza e que precisavam cumprir horários comerciais, várias vezes solteiras ou dividindo jornada com os maridos que também trabalhavam e que não tinham como se manter no horário comercial.
A Singu possibilitava que elas fizessem a agenda delas e isso me interessa muito. Eu acredito muito na potência feminina, na importância de gerar economia para essas mulheres que têm dificuldades com esses horários que as empresas exigem. As demandas femininas são grandes e complexas para caber dentro de horários comerciais. […] Acho que cada uma dessas empresas me chama atenção por um viés, também por essa questão: se é algo que eu preciso, muitas pessoas precisam também.
IN$ – As quatro sociedades vieram depois do nascimento da sua filha?
Sim, as quatro. Acho que me deu mais coragem, a maternidade faz com que a gente se arrisque sem medo. Antes da maternidade a gente olha: ‘será que eu vou conseguir?’ Não quero fracassar. Depois da maternidade, não tem muito tempo para pensar nisso, eu preciso ser exemplo, preciso ser inspiração.
IN$ – Como você faz para administrar o lado artístico e de sócia?
Acho que só mulheres dariam conta dessas multi-gavetas que moram na minha mente, porque são muitas empresas, muitas demandas. Além das quatro empresas, eu cuido de uma marca que é meu nome. Hoje, a gente trabalha muito com publicidade, além da Deborah atriz, eu tenho a Deborah marca.
São muitas gavetas que a gente abre. Eu tenho uma demanda de trabalho bastante intensa, mas amo trabalhar e isso sempre foi uma coisa que me moveu. Depois de ser mãe, me move mais ainda pelo exemplo que quero deixar para a minha filha. A gente tem que ser independente, tem que conseguir se suprir e se bastar para ter a liberdade de ser quem a gente deseja ser.
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