As ações da Desktop chegaram a subir mais de 10% nesta terça-feira (7), após rumores de que a a Claro estaria em conversas avançadas para adquirir a companhia. A operadora, de acordo com o Brazil Journal, já estaria conduzindo diligência na empresa, embora ainda não tenha feito uma proposta firme.

Os papéis da empresa fecharam com alta 9,71%, a R$ 11,30 — vale destacar que é um papel de com pouca liquidez, o que ajuda a explicar altas e baixas mais significativas nesses tipos de evento.

Após o pregão a Desktop confirmou que existem conversas preliminares com a Claro, mas que “até o momento, não houve acordo sobre preço, estrutura e demais condições”.

A transação envolveria 100% do capital e poderia levar ao fechamento de capital da Desktop, controlada pela gestora H.I.G. Capital, que detém cerca de 53% das ações. No ano passado, a Vivo chegou a negociar a aquisição da companhia, mas as partes não chegaram a um acordo sobre o preço.

O rumor surge em meio a uma nova fase de consolidação entre os provedores regionais de fibra, conhecidos como ISPs, que ainda respondem por cerca de 65% da internet de fibra óptica no país, como mostrou recentemente o InvestNews.

Consolidação das ISPs

Após anos de fragmentação e aquisições pulverizadas, o setor entrou em um ciclo de combinações de maior porte, com fundos de private equity buscando saída e operadoras maiores testando o apetite por expansão.

Em meados de 2023, por exemplo, a Vero, controlada pela Vinci Partners, se fundiu com a Americanet, da Warburg Pincus, criando a quinta maior operadora de banda larga do Brasil, com mais de 1,3 milhão de clientes e receita líquida de R$ 1,58 bilhão.

Paralelamente, grupos como a Alloha Fibra (Giga+), que nos últimos anos lideraram o movimento de consolidação, agora estariam de olho em alternativas de saída para seus investidores, como a eB Capital.

Esse rearranjo abriu caminho para que as grandes teles — Claro, Vivo e TIM — finalmente avançassem sobre o segmento, inaugurando uma nova etapa da disputa pela banda larga no país.