A Tencent, dona do app WeChat, realizou sua maior recompra de ações em quase duas décadas, após queda nos preços desencadeada por sua inclusão em uma lista restritiva dos Estados Unidos por supostos vínculos com o exército chinês.

A empresa mais valiosa da China adquiriu 3,93 milhões de ações listadas em Hong Kong na terça-feira (7), o maior volume desde abril de 2006, segundo dados compilados pela Bloomberg. Nesta quarta-feira (8), a Tencent superou essa marca ao comprar mais 4,05 milhões de ações. 

Desde que o Pentágono incluiu a controladora do WeChat na lista de restrições, as ações da Tencent caíram cerca de 10%. A companhia afirmou que está empenhada em trabalhar com o Departamento de Defesa dos EUA para esclarecer possíveis mal-entendidos.

Embora a Tencent tenha intensificado esforços para aumentar retornos aos acionistas, o volume de aquisições em um único dia, equivalente a HK$ 1,5 bilhão (US$ 193 milhões), indica uma tentativa urgente de conter os impactos da decisão americana.

A Tencent não foi a única a agir durante a recente queda das ações. Investidores da China continental compraram HK$ 14 bilhões em ações da companhia, tornando a Tencent o papel mais negociado do dia.

“Com base no comunicado divulgado pela Tencent ontem, fica evidente que a empresa considera a decisão dos EUA equivocada e a reação do mercado exagerada, o que provavelmente justifica um aumento nas recompras de ações”, avaliou Vey-Sern Ling, diretor-gerente do Union Bancaire Privée.

“No entanto, este episódio ressalta os crescentes riscos geopolíticos, o que pode afastar alguns investidores”, acrescentou.

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