A EIG Global Energy Partners está analisando 20 potenciais novos negócios no Brasil depois de concluir a aquisição da Ocyan, empresa de equipamentos petrolíferos offshore, disse um alto executivo em uma entrevista.
O grupo de private equity, que tem sede em Washington, DC, está concentrando suas aquisições em energia renovável e midstream de petróleo, que inclui armazenamento e transporte de produtos petrolíferos, disse Flavio Valle, diretor da EIG no Brasil, em uma entrevista. A EIG também considera vender sua participação de 76% na Prumo Logística, uma holding de projetos de infraestrutura, incluindo a Porto do Acu Operações, um porto do tamanho de Manhattan no estado do Rio de Janeiro que é um dos principais centros de petróleo e gás natural do Brasil.
“Nossa atividade fim é ao longo do tempo desinvestir das companhias”, disse Valle.
Os esforços da EIG para se expandir no Brasil ressaltam o potencial de crescimento tanto do petróleo quanto da energia renovável na maior economia da América Latina. A Petrobras está investindo US$ 102 bilhões nos cinco anos até 2028, oferecendo oportunidades para fornecedores de equipamentos e serviços, e o país lidera a América Latina em energia eólica e solar.
A EIG está interessada em oportunidades de negócios envolvendo gasodutos e terminais de regaseificação, e estaria interessada em comprar de volta uma participação que vendeu na Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil SA, ou TBG. A empresa também está analisando ativos de armazenamento de combustível e projetos eólicos e solares, disse ele.
O grupo também está procurando vender uma participação de até 40% na empresa de logística de petróleo Vast, sediada em Porto do Acu e que lida com cerca de 30% das exportações de petróleo do Brasil, disse ele.
Nesta terça-feira, a EIG concluiu a aquisição da unidade de serviços offshore da Novonor, a Ocyan, anteriormente conhecida como Odebrecht Oil and Gas, em um negócio de US$ 390 milhões. A EIG e sua parceira Lake Capital levantaram parte dos fundos para a compra junto a investidores locais, em uma estratégia que pode vir a ser repetida no futuro. A EIG e a Lake identificaram uma escassez de investidores financeiros no setor de petróleo e gás do país.
O plano para a Ocyan, a única operadora brasileira de plataformas de produção de petróleo conhecidas como FPSOs, é consolidá-la como um importante participante nacional no setor de serviços de petróleo offshore em um período de cinco a sete anos. Valle vê o setor em uma posição forte com o petróleo a US$ 90 por barril e com a Petrobras, produtora de petróleo controlada pelo Estado, planejando adicionar 14 novos FPSOs entre 2025 e 2028. A Ocyan também planeja prestar serviços a empresas de energia eólica offshore.
Com US$ 23 bilhões em ativos sob gestão, a EIG tem procurado negócios não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina. Em fevereiro, a MidOcean, empresa de gás natural liquefeito da empresa, firmou um pacto definitivo para adquirir uma participação na Peru LNG. A EIG deve alocar em torno de 20% de um novo fundo de ações de US$ 1,5 bilhão, que deve ser fechado em meados de abril, para países fora da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, ou OCDE, disse Valle.
Desde 1998, a EIG investiu US$ 2 bilhões no Brasil, onde é “resiliente” e não tem planos de sair, como muitos de seus concorrentes, disse Valle.
(Mariana Durao)
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