A Eli Lilly está acessando o mercado de dívida com grau de investimento dos EUA, com títulos de 40 anos, o que é uma raridade em um mercado caracterizado por altos custos de empréstimo.

A farmacêutica está vendendo dívida em até sete parcelas, com tranche de 40 anos e rendimento 0,73 ponto percentual acima dos títulos do Tesouro americano, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto. As negociações iniciais de preço previam um rendimento em torno de 1,05 ponto percentual acima do benchmark.

O acordo também deverá incluir uma parcela de 30 anos, bem como vencimentos que variam de 3 a 10 anos, informou a pessoa que pediu para não ser identificada.

Falta de títulos longos

A oferta da Eli Lilly acontece em meio à escassez de títulos corporativos de longo prazo.

Apenas 11% da dívida de alto grau vendida este ano tinha vencimento de 30 anos ou mais, ante 15% em 2024, já que as empresas têm se mostrado reticentes em fixar custos de empréstimo elevados por longos períodos.

A Eli Lilly é uma das nove empresas que venderam dívida de alto grau dos EUA nesta segunda-feira (18), juntamente com McDonald’s, Marriott e Charter Communications, entre outras.

Os tomadores de empréstimo estão se acumulando antes de uma desaceleração sazonal no final deste mês.

Eles também estão aproveitando condições de financiamento mais favoráveis: os rendimentos de agosto estão abaixo de 5% pela primeira vez no ano, mas a demanda continua robusta.

Mais recentemente, as carteiras de pedidos com grau de investimento cresceram mais de cinco vezes o tamanho da nova oferta, enquanto os tomadores pagaram apenas dois pontos-base em concessões de novas emissões — ambos acima da média até agora neste ano.

Citigroup, Goldman Sachs Group, JPMorgan Chase, Mizuho Financial Group e Morgan Stanley estão gerenciando a venda dos títulos da Eli Lilly, com os recursos destinados a fins corporativos gerais. Espera-se que os títulos recebam classificação Aa3 pela Moody’s Ratings e A+ pela S&P Global Ratings.