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A Oncoclínicas informou nesta quinta-feira (13) que assinou uma proposta vinculante para a venda de 100% da sua participação no Instituto Materno Infantil de Minas Gerais, localizado em Nova Lima, para a Fundação Felice Rosso. A transação foi firmada em R$ 130 milhões. A rede do setor da saúde deve manter uma parceria comercial com a Felice Rosso para atendimentos voltados ao tratamento de câncer no local.

Em busca de reduzir o seu endividamento, a empresa também informou a celebração de um distrato referente ao contrato de locação de um complexo hospitalar em Belo Horizonte, no modelo Built To Suit (BTS), com a Castelo Byblos Participações, companhia afiliada à Cedro Participações. O contrato tinha por objeto o desenvolvimento e posterior locação à companhia de um complexo hospitalar de tratamento oncológico na capital mineira.

A companhia obterá, por parte da Cedro, carência integral equivalente a 12 meses de aluguel no futuro cancer center que será inaugurado na cidade de Goiânia. O empreendimento é o único não distratado entre os três contratados pela companhia nesta modalidade.

O valor total do distrato da unidade de Belo Horizonte é de R$ 210 milhões. Esse montante, que deveria ser pago em dinheiro pela companhia oncológica, será usado em sua integralidade por um veículo de investimento da Cedro no processo de aumento de capital em curso por parte da companhia. Ou seja, a celebração do distrato não implicará em desembolsos adicionais por parte da empresa, o que preserva seu caixa.

Redução das dívidas

O movimento de saída da empresa de hospitais gerais e do modelo Built to Suit foi antecipado pelo InvestNews. A empresa tem o desafio de resolver seu pesado endividamento de R$ 3,9 bilhões, registrado no segundo trimestre do ano, e assim evitar o descumprimento de um covenant, um compromisso que define que a alavancagem esteja em 3,5 vezes o Ebitda no quarto trimestre deste ano, 0,9 ponto percentual abaixo do valor registrado em junho.

Por isso, a companhia estruturou um aumento de capital para dar fôlego ao caixa. Segundo informou ao mercado, a Oncoclínicas já atingiu R$ 1 bilhão com o processo, a subscrição mínima necessária para homologar a injeção dos recursos. Fatia significativa dessa quantia (cerca de 90%) advém de detentores de títulos de dívida da companhia, sendo a maior parte das debêntures convertidas em equity de curto a médio prazo.

Dentre os maiores detentores da dívida da empresa estão instituições como Banco do Brasil, Itaú, Santander e BTG Pactual. Não se sabe, porém, quais bancos participaram do processo até então. Por outro lado, acionistas relevantes como Centaurus e Goldman Sachs não demonstraram interesse em participar do certame até o momento — o processo se encerra nesta sexta-feira (14).

A companhia projetava que o aumento de capital poderia atingir um pico de R$ 2 bilhões. Hoje, contas de pessoas ligadas à empresa estão mirando um volume de recursos na faixa de R$ 1,3 bilhão a R$ 1,5 bilhão.

A avaliação de pessoas envolvidas no processo é que o atual patamar das ações da empresa, na casa de R$ 2, reduziu o potencial de captação de novo dinheiro na empreitada, já que a operação previa a subscrição de até 666.666.667 novas ações ordinárias, pelo preço de R$ 3,00 por ação.

Bruno Ferrari, CEO da Oncoclínicas (Foto: Divulgação)
Bruno Ferrari, CEO da Oncoclínicas (Foto: Divulgação)
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