A Enel pretende ampliar as operações de campo de suas distribuidoras de energia com a contratação de cerca de 5 mil novos colaboradores próprios e incorporação de 1.650 novos veículos à frota até 2026, em preparação para mitigar os impactos de eventos climáticos ao fornecimento de energia aos clientes, anunciou a companhia nesta quinta-feira.
As ações fazem parte de um plano de investimentos de R$ 20 bilhões anunciados pela Enel Brasil em junho, em recursos que serão aplicados nos próximos anos principalmente para reforçar as operações de suas distribuidoras de energia nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.
O CEO da Enel Brasil, Antonio Scala, destacou o aumento do nível anual de investimentos a serem executados nas concessionárias do grupo. Em São Paulo, o valor investido anualmente deve subir para R$ 2 bilhões em 2024-2026, ante patamar de R$ 1,4 bilhão em 2018-2023.
Segundo o executivo, os aportes estarão focados na modernização, reforma das redes de baixa tensão e automação, com o objetivo de melhorar a qualidade da energia fornecida aos consumidores e responder mais rapidamente a ocorrências como quedas de energia a partir, por exemplo, de gerenciamento remoto.
Serão instalados mais de 1,5 mil novos dispositivos de telecontrole, somando as três distribuidoras, sendo 650 apenas em São Paulo, disse a companhia.
Em outra frente, a Enel deve reforçar as manutenções preventivas, com aumento das podas de árvores. Na distribuidora paulista, serão realizadas este ano 600 mil podas na área de concessão, o dobro do ano passado, segundo Scala.
O anúncio dos investimentos vem depois de concessionárias da Enel terem sido alvo de duras críticas por parte de consumidores e autoridades por sua atuação diante de eventos climáticos extremos ocorridos no fim do ano passado.
A demora para responder com ações para restabelecer a energia a milhões de consumidores levou às aplicação de multas milionárias às empresas. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, chegou a falar em caducidade da concessão e impedimento da companhia para renovar seus contratos no país, que estão expirando nos próximos anos.
(Por Letícia Fucuchima; edição de Roberto Samora)
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