Segundo fato relevante, a decisão foi motivada por um descumprimento contratual relevante que inviabilizou a continuidade da sociedade “de forma imediata”. A empresa afirma que a transação foi realizada por acordo entre as partes e que não há indícios de impacto nas demonstrações financeiras do grupo Cresci e Perdi.
A Cresci e Perdi havia sido um dos pilares da estratégia do Enjoei para entrar no varejo físico e ampliar seu ecossistema no mercado de produtos de segunda mão. À época da compra, a rede contava com cerca de 550 franquias, R$ 700 milhões em GMV (valor total de mercadorias vendidas) e EBITDA de R$ 45 milhões. O Enjoei desembolsou R$ 30 milhões pela fatia inicial, com possibilidade de pagamento adicional atrelado à performance do negócio até 2027.
O acordo original previa ainda opções de compra e venda entre os sócios: o Enjoei poderia adquirir o controle total da Cresci e Perdi após 2028, enquanto os fundadores tinham o direito de vender sua participação para o marketplace no mesmo período. Caso o relacionamento societário tivesse sido mantido, o Enjoei teria a chance de incorporar integralmente a operação, reforçando sua presença no varejo físico de usados e fortalecendo a integração com a Elo7, adquirida da americana Etsy no mesmo ano.
Em nota enviada ao InvestNews, a companhia afirmou que a decisão de sair da sociedade foi tomada “em defesa dos interesses da empresa” e reafirmou seu compromisso com ética e boas práticas de governança corporativa. O Enjoei destacou ainda que segue apostando na expansão física — movimento que já inclui cinco lojas próprias abertas desde o fim de 2023, em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, São José do Rio Preto e Goiânia.
O Enjoei acumula uma perda de 18,3% ao longo de 2025, negociada a menos de R$ 1. Na sexta-feira, fechou cotada a R$ 0,89. A plataforma abriu capital em novembro de 2020, com ação precificada em R$ 10,25.