A saída repentina de Matteo Fantacchiotti do comando da Campari nesta semana foi resultado de uma série de erros de gestão e comunicação, na avaliação de conselheiros da empresa de bebidas.
Dúvidas sobre Fantacchiotti, que ocupava o cargo de CEO há apenas cinco meses, começaram a surgir pouco após chegar ao topo da empresa, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. Havia questionamentos sobre seu estilo de gestão em meio ao cenário de baixa do setor e com forte pressão dos acionistas por resultados.
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A confiança do conselho em Fantacchiotti ficou ainda mais abalada quando as ações despencaram na última sexta-feira (13), após comentários pessimistas que ele fez sobre o mercado dos Estados Unidos em uma conferência, disseram as pessoas, pedindo anonimato para discutir deliberações confidenciais.
A fabricante de bebidas posteriormente emitiu um comunicado esclarecendo que os comentários do então CEO faziam referência a tendências do setor em geral, e não à perspectiva específica da empresa.
A saída de Fantacchiotti, de 52 anos, foi uma decisão em comum acordo. Esse relato difere da explicação oficial da empresa, que citou razões pessoais para sua saída.
Um representante da Campari se recusou a comentar, e Fantacchiotti não respondeu às solicitações de comentários.
Veterano da Indústria
Fantacchiotti é um veterano da indústria de bebidas, com passagens por empresas como Nestle Waters, Diageo e Carlsberg, antes de ingressar na Campari em 2020 como diretor do grupo para a região Ásia-Pacífico.
Sua curta passagem como CEO contrasta fortemente com a longa trajetória de seu antecessor, Bob Kunze-Concewitz, que expandiu a fabricante do Aperol por meio de aquisições e revitalizou a demanda por coquetéis italianos, como o Negroni e o Aperol Spritz.
Kunze-Concewitz presidirá um comitê de transição de liderança, disse a Campari na quarta-feira (18). O ex-CEO não tem interesse em voltar a chefiar a empresa, disse uma das fontes.
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