O lucro ajustado por ação da Exxon no terceiro trimestre foi US$ 0,07 acima da previsão dos analistas, enquanto a Chevron apresentou uma surpresa de quase US$ 0,20 nesta sexta-feira (31).
Para a Exxon, foi o sexto resultado consecutivo acima do esperado, impulsionado pelo início do desenvolvimento do mais recente projeto da empresa na Guiana.
As ações da Chevron subiram 1,4% nas negociações pré-mercado em Nova York.
A Exxon, por sua vez, caiu mais de 3% antes de recuperar parte dessas perdas após uma série de aquisições durante o período pressionar o fluxo de caixa livre.
Exxon X Chevron
As maiores empresas petrolíferas da América do Norte estão seguindo caminhos diferentes à medida que os mercados globais de petróleo observam o excesso de oferta.
Enquanto a Exxon avança com uma série de projetos de expansão, apesar da queda nos preços do petróleo bruto, a Chevron está se posicionando para extrair caixa das operações para enfrentar a recessão do mercado.
Tudo isso ocorre em meio aos esforços da aliança OPEP+ para recuperar participação de mercado, liberando mais petróleo bruto nos mercados globais. O petróleo Brent, referência internacional, já está a caminho de registrar sua pior queda anual em cinco anos.
As grandes petrolíferas americanas seguiram a rival europeia Shell ao divulgarem resultados melhores do que o esperado. A TotalEnergies reportou lucro em linha com as expectativas. A BP deve divulgar seus resultados na próxima semana.
Brasil
Para a Exxon, oito dos dez novos projetos previstos para este ano já entraram em operação e os dois restantes estão “dentro do cronograma”, informou o CEO Darren Woods em comunicado.
Woods aposta que o baixo nível de endividamento da Exxon lhe dá ampla capacidade para financiar projetos de crescimento que vão desde petróleo bruto no Brasil até produtos químicos na China, mantendo um programa anual de recompra de ações de US$ 20 bilhões, apesar dos baixos preços do petróleo. Seu objetivo é estar pronto para capitalizar uma alta nos preços das commodities, que, segundo analistas, pode ocorrer já no próximo ano.
Os resultados do terceiro trimestre da Exxon foram beneficiados pelo início das operações de Yellowtail, um projeto de desenvolvimento com capacidade para 250.000 barris por dia na Guiana, o maior do país até o momento.
A Exxon investiu US$ 2,4 bilhões em “aquisições para crescimento” durante o período, incluindo diversos acordos de concessão de áreas na Bacia Permiana, onde a produção atingiu o recorde de 1,7 milhão de barris por dia. O fluxo de caixa livre foi de US$ 6,3 bilhões.
Após anos lutando para conter o declínio da produção, a Exxon agora está intensificando a produção de combustíveis fósseis, com analistas prevendo um aumento de aproximadamente 5% na produção de petróleo e gás natural no próximo ano, segundo dados compilados pela Bloomberg. Grande parte desse aumento deve vir da Guiana, onde a Exxon fez a maior descoberta em uma geração em 2015.
Seus planos incluem a adição de mais três plataformas flutuantes de produção no país até 2029, elevando a capacidade de produção diária da Guiana para quase 1,5 milhão de barris, o equivalente à produção atual da Nigéria, membro da OPEP. A produção trimestral do país sul-americano ultrapassou 700 mil barris por dia, um recorde.
Foto: Getty Images
 
                                 
                                 
                                 
                                 
                                 
             
                             
             
                                             
                                                                             
                                                                             
                                                                            